O futuro da aposentadoria e uma proposta para repensá-la são os destaques feitos pelo presidente executivo (CEO) da BlackRock, Larry Fink, em carta anual aos acionistas divulgada nesta terça-feira (26). Ainda, ele anuncia uma nova estratégia desenvolvida pela gestora norte-americana, que deve ser lançada em abril, na busca por uma solução de investimentos para essa fase da vida.
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“Como sociedade, concentramos uma enorme quantidade de energia para ajudar as pessoas a viverem vidas mais longas. Mas nem mesmo uma fração desse esforço é gasto ajudando as pessoas a pagarem por esses anos extras”, avalia Fink, na carta. Na visão dele, a mensagem passada pelo governo e pelas empresas dos Estados Unidos atualmente é “você está por conta própria”.
Na carta, o executivo descreve o crescimento demográfico e como os países têm lidado com a previdência social – como o aumento dos anos de contribuição -, mas diz também que há outros desafios a serem enfrentados: as pessoas conseguirem poupar durante a vida; as pessoas conseguirem investir de modo eficaz o que poupam; e as pessoas saberem gastar durante os anos de aposentadoria o que foi acumulado.
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“Uma pesquisa [feita em 2018 pela BlackRock] mostrou que, após quase duas décadas de aposentadoria, uma ‘pessoa média’ ainda tinha 80% do dinheiro que economizou pré-aposentadoria”, diz Fink, acrescentando que, ainda assim, muitos aposentados se diziam “ansiosos” em relação às suas finanças. “Mesmo as pessoas que sabem poupar para a aposentadoria ainda não sabem como gastá-la.”
Nesse contexto, a estratégia “LifePath Paycheck” tem como objetivo possibilitar que os participantes de um plano de aposentadoria elegível adquiram um fluxo de renda periódico, conforme anunciado no site da BlackRock. Na carta, Fink afirma já ter 14 responsáveis por planos de aposentadoria interessados em disponibilizar a estratégia para 500 mil funcionários. “Acredito que um dia será a estratégia de investimento mais utilizada nos planos de contribuição definida”, diz.
Mercado financeiro como aliado
A carta anual de Fink começa com uma história pessoal para mostrar como o mercado financeiro pode ser um aliado para “repensar a aposentadoria”. Ele descreve que seus pais trabalharam durante 50 anos em “ótimos empregos” e deviam receber juntos cerca de US$ 150 mil por ano. No entanto, ele descobriu que o dinheiro guardado para a aposentadoria era superior ao esperado nesse quadro, e isso devido à deixar o valor investido ao invés de numa conta bancária.
“É por isso que criamos uma gestora de ativos – uma empresa que ajuda as pessoas a investirem nos mercados de capitais -, porque acreditávamos que a participação nesses mercados seria crucial para as pessoas que queriam se aposentar com conforto e segurança financeira”, afirma o executivo.
Segundo Fink, ele e os sócios também acreditavam que o mercado de capitais se tornaria uma “parte cada vez maior da economia global”, gerando riqueza para as pessoas. ‘Os países que visam a prosperidade não necessitam apenas de sistemas bancários fortes – também precisam de mercados de capitais fortes”, destaca.
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O executivo ainda observa que cada vez mais países “reconhecem o poder do mercado de capitais dos Estados Unidos” e buscam criar estruturas similares. Fink avalia que isso será essencial para os problemas da metade do século XXI: aposentadorias seguras e merecidas; e infraestrutura para o que mundo precisa.