Após um início de semana mais positivo, os mercados internacionais interrompem a sequência de ganhos, refletindo resultados corporativos mistos, mas principalmente a cautela antes da decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) desta quarta-feira (1º) – inclusive, segundo as projeções de mercado, é improvável que o presidente da instituição, Jerome Powell, alivie as preocupações dos investidores em meio aos dados de inflação elevados e sinais de força na maior economia do mundo.
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Neste ambiente, o que se vê são bolsas em leve queda na Europa, assim como a tendência deve ser parecida com essa em Nova York, como sugerem os índices futuros agora pela manhã.
Fora do mundo das bolsas, o dólar sobe ligeiramente frente aos seus pares, os rendimentos dos Treasuries (títulos da dívida estadunidense) de 10 anos mostram leve alta, os contratos futuros do petróleo operam de lado, em meio às discussões sobre um possível cessar-fogo no Oriente Médio, enquanto os preços futuros do minério de ferro recuaram em Singapura – embora a commodity tenha chegado ao final de abril com a maior alta mensal desde 2022, em meio a sinais de que a economia chinesa ganha impulso e de que o governo local pode tomar novas medidas para tentar resolver a crise imobiliária do país.
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Considerando que esta quarta-feira terá a agenda mais importante da semana e nossos mercados estarão fechados em virtude do feriado, é improvável que os investidores estejam dispostos a aumentar consideravelmente a parcela de risco em seus portfólios durante a sessão.
Porém, as afirmações de que se o Brasil perder a âncora fiscal, o trabalho da política monetária será mais difícil, de Roberto Campos Neto em evento em São Paulo na noite dessa segunda-feira, sugerem pressão adicional sobre as taxas de juros futuras na sessão – com esperado impacto inverso nos demais ativos de risco nesta terça-feira (30).
Agenda econômica 30/04:
Brasil: A pesquisa Focus foi conhecida logo cedo (8h25), seguida da publicação da taxa de desemprego do trimestre até março (9h) e da divulgação do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do mês passado (9h30). Durante a tarde, o Tesouro Nacional informa o estoque da Dívida Pública Federal (14h30).
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EUA: São esperados o Índice de Custo de Emprego (9h30), o Índice de Gerentes de Compras (PMI) de abril e o Instituto para Gestão da Oferta (ISM/Chicago) (10h45).
Europa: O Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro cresceu 0,3% no primeiro trimestre de 2024 ante o quarto trimestre de 2023, segundo dados preliminares divulgados hoje pela Eurostat, superando a expectativa de alta de 0,1% no período. Na comparação anual, o PIB do bloco teve expansão de 0,4% entre janeiro e março, também acima do consenso de ganho de 0,1%.
Além disso, a taxa anual de inflação ao consumidor (CPI) da região ficou em 2,4% em abril, inalterada em relação à de março, em linha com a expectativa. Já o núcleo do CPI, que desconsidera os preços de energia e de alimentos, teve acréscimo de 2,7% em abril ante igual mês do ano passado, perdendo força ante o ganho anual de 2,9% de março, também coincidiu com a previsão.
China: A pesquisa oficial mostrou que o PMI industrial perdeu fôlego, ao cair para 50,4 em abril, ante 50,8 em março. Por outro lado, levantamento da S&P Global/Caixin Media estimou que o PMI da indústria avançou de 51,1 para 51,4 no mesmo período, atingindo o maior nível desde fevereiro de 2023 – importa dizer que as sondagens oficial e da S&P Global usam amostragens diferentes.
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