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Petrobras (PETR4): por que o BTG recomenda compra após demissão de Prates?

Analistas dizem que preferem evitar reagir exageradamente a mudanças repentinas do governo

Petrobras (PETR4): por que o BTG recomenda compra após demissão de Prates?
Fachada da sede da Petrobras, no Rio. Foto: Wilton Junior/Estadão

Os analistas do BTG Pactual mantiveram sua recomendação de compra para a Petrobras mesmo após a troca no comando da empresa. Ontem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) demitiu Jean Paul Prates do cargo de CEO da Petrobras (PETR3PETR4) e escolheu Magda Chambriard para comandar a companhia.

Na visão do BTG, a mudança é surpreendente e aumenta o risco de qualquer ingerência política na empresa, o que deve fazer a ação sofrer na Bolsa. Para os analistas, a mudança pode ser motivada por alguma insatisfação por parte o acionista controlador com o ritmo de implantação de investimentos da empresa.

Os analistas lembram que a empresa decidiu reter os dividendos extraordinários em março para focar no crescimento e expansão. No entanto, a companhia aprovou o pagamento de 50% desse dividendo, o que na visão dos especialistas pode não ter agradado o governo Lula, que busca focar em crescimento ao invés de distribuição de dividendos tão robustos como a antiga gestão.

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Sobre a nova CEO, Magda Chambriard, o BTG vê o nome com bons olhos, pois a futura executiva tem uma sólida carreira no setor de petróleo e gás. A executiva começou a trabalhar na Petrobras na década de 1980, quando acumulou conhecimentos sobre todas as áreas em produção no Brasil. Chambriard, que começou a trabalhar na Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Brasil (ANP) em 2002, também já foi diretora da ANP entre 2012 e 2016 – confira o perfil completo dela aqui.

Sendo assim, mesmo com o aumento da desconfiança do mercado, o BTG reitera a sua recomendação de compra para a Petrobras por acreditar que ainda há poucas evidências de que a empresa deixe de pagar dois dígitos de dividendos em 2024 e 2025. Por isso, a queda de hoje pode deixar o papel ainda mais atrativo.

“Preferimos permanecer consistentes com nossas decisões anteriores e evitar reagir exageradamente a mudanças repentinas movimentos do governo. Estimamos que a Petrobras deve pagar 14,4% do valor de sua ação em dividendos – Dividend Yield (DY) –  em 2024 e 10,9% do preço de seu ativo em dividendos em 2025”, apontam Pedro Soares, Thiago Duarte e Henrique Pérez em relatório publicado nesta quarta-feira (15).

O BTG tem recomendação de compra para as ações da Petrobras cotadas em Nova York, conhecidas como American Depositary Receipt (ADR). O preço-alvo é de US$ 19 para os próximos 12 meses, uma potencial alta de 13,8% na comparação com fechamento de terça-feira, quando as ações da estatal encerram o pregão em Nova York a US$ 16,69.

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