Diante das preocupações dos investidores quanto à possível aquisição da International Paper (IP), o BTG Pactual (BPAC11) avalia que a Suzano (SUZB3) ainda merece o “benefício da dúvida”, destacando que seu histórico de sucesso na alocação de capital merece “reconhecimento”. Para o banco, esta é uma justificativa para a manutenção da recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 82,00, o que representa um potencial de valorização de 74% sobre o último fechamento, na quarta-feira (5).
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Em relatório, os analistas Leonardo Correa e Caio Greiner destacam um cenário binário para a empresa. Na primeira projeção, o negócio não se concretiza devido a uma série de complicações, inclusive de preço. “Neste caso, acreditamos que as ações recuperariam algumas de suas perdas e poderiam disparar rapidamente acima de R$ 55, implicando em cerca de 15-20% de vantagem de curto prazo”, escreveram.
Em um segundo cenário, os analistas sugerem que o negócio pode progredir e ser aprovado, com um lance estimado entre 50 e 55. “Neste contexto, acreditamos que poderia haver uma desvantagem residual à medida que os investidores assimilam a transação, avaliam o potencial de sinergia e projetam cenários financeiros para a empresa”, observou o banco.
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De acordo com o BTG, desde o anúncio do interesse da companhia na IP, o valor de mercado da ação sofreu uma redução de quase 25%, o que representa cerca de R$ 20 bilhões em valor patrimonial, uma movimentação que o banco descreveu como “bastante abrupta”. Contudo, os analistas defendem que a Suzano é a produtora de papel e celulose mais desvalorizada globalmente, com a empresa operando agora próximo a seus múltiplos históricos mais baixos (cerca de 4,5 vezes o Ebitda – lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização – previsto para 2025).
Atualmente, a Suzano negocia com um desconto de 37% em relação à Klabin (KLBN11), 35% para os produtores chilenos, 42% para a International Paper e um desconto de 20% para a small-cap Irani, segundo o BTG. “Embora esse desconto pareça claramente injustificado com base nos fundamentos, considerando que esta é a produtora de ‘maior qualidade’ na indústria em termos de curvas de custo, rentabilidade e retornos, argumentamos extensivamente que a perspectiva de curto prazo para o patrimônio agora é altamente binária”, explicaram.
Segundo o banco, este cenário é “lamentável”, pois a instituição reconhece um “valor significativo” na empresa a longo prazo.