Como investir em um time do futebol brasileiro?
Atualmente, é possível investir diretamente e de forma regulada em 8 dos 20 times da série A, sendo um total de 40% dos clubes. Isso porque Atlético-MG, Bahia, Botafogo, Cruzeiro, Cuiabá, Fortaleza, Red Bull Bragantino e Vasco são os times da elite do futebol brasileiro que são Sociedades Anônimas do Futebol (SAF).
Como dito no início da reportagem, as SAFs estão sujeitas a todas as regras da CVM, e as emissões devem contar com uma classe específica de ação ordinária, denominada em sua legislação própria de Classe A, para subscrição exclusiva pelo clube ou pessoa jurídica original constituinte da SAF.
Nenhuma das empresas abriu capital na Bolsa de Valores até o momento, o que dificulta a opção de investir para ser sócio de algum desses clubes. Vale lembrar que é possível investir via private equity e fundos especializados em esportes, como já citado no texto. No entanto, a elite do futebol nacional é um pouco mais fechada, visto que a forma mais comum de se tornar acionista seria o caminho trilhado por Rubens e Rafael Menin no Atlético mineiro, por exemplo.
O clube de Belo Horizonte mudou seu modelo administrativo em julho do ano passado, quando seus antigos controladores venderam 75% das ações por R$ 913 milhões ao Galo Holding, conglomerado formado por Rubens e Rafael Menin, Ricardo Guimarães e Renato Salvador. O Centro de Treinamento e a Arena MRV foram transferidos para a SAF.
Outro exemplo de transação nas SAFs foi a venda do Cruzeiro. O clube mineiro era uma empresa de Ronaldo Nazário, conhecido popularmente como Ronaldo Fenômeno. O empresário e ex-jogador da seleção brasileira vendeu 90% da SAF por R$ 600 milhões para Pedro Lourenço, o qual é dono da rede de supermercados BH. A varejista possui mais de 300 unidades abertas na capital mineira. Os 10% restantes da SAF do Cruzeiro continuam com o clube.
Ou seja, ser um sócio direto é algo mais complicado para quem não tem milhões para investir, mas uma opção é recorrer aos fundos de private equity. Além disso, existe uma modalidade no mercado de capitais que pode remunerar de forma considerável e que exige um ticket menor.
O Cruzeiro, por exemplo, fez a emissão de R$ 50 mil em debêntures, que são títulos de dívidas, sendo necessário R$ 1 mil para comprar cada unidade. Esse dinheiro emitido pelo clube tende a ser usado em algum objetivo da empresa, como contratar um novo jogador ou reformar o estádio.
Para não pagar juros para os bancos, os times de futebol preferem pegar dinheiro emprestado com o mercado financeiro por meio da emissão de debêntures. Na prática, isso significa emprestar dinheiro para o time do seu coração ou para o rival, afinal, se o investidor não for tão fanático, o importante é lucrar.