O Instituto Empresa, associação de investidores minoritários, solicitou formalmente ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos e à Securities and Exchange Commission (SEC) que investiguem as fraudes contábeis de R$ 25,2 bilhões da Americanas (AMER3) descobertas em 2023, informou a entidade nesta quinta-feira (20). Em nota, a Americanas disse que desconhece qualquer pedido de investigação sobre fraude contábil na companhia na Justiça nos Estados Unidos.
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Segundo o Instituto Empresa, a apresentação dos requerimentos à SEC e ao Departamento de Justiça dos EUA foi motivada pela identificação de perdas bilionárias sofridas por fundos de investimentos e fundos de pensão dos Estados Unidos. Além disso, investidores e fundos soberanos de várias partes do mundo foram atingidos, caracterizando o escândalo como de ordem global.
“Nossa meta é assegurar que os acionistas lesados sejam ressarcidos pelos prejuízos da forma mais integral quanto possível”, afirma Eduardo Silva, presidente do Instituto Empresa. Na visão dos acionistas minoritários, o pedido de investigação aos órgãos americanos destaca a gravidade do caso e a necessidade de cooperação internacional para assegurar que os responsáveis sejam responsabilizados. A investigação pelo Departamento de Justiça dos EUA e pela SEC poderá revelar novos detalhes sobre as operações internacionais da Americanas e a extensão do impacto das fraudes.
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“No caso da fraude contábil do IRB, o DOJ iniciou processo criminal contra a companhia. Em razão dele, o IRB aceitou indenizar parcela dos investidores, destinando US$ 5 milhões para compensação das perdas. Eles estão sendo pagos aos investidores que atenderam determinados requisitos”, diz o Instituto Empresa.
Em nota, a Americanas diz que não foi notificada de qualquer investigação nos EUA. “A Americanas foi somente acionada na jurisdição dos EUA por um bondholder perante a Bankruptcy Court de Nova York, em novembro de 2023, sob o argumento de que os credores precisavam de acesso a informações para apresentarem votos na Assembleia Geral de Credores. Esse pedido foi rejeitado”, informa a varejista.
O Instituto Empresa revela que continuará a acompanhar de perto o desenrolar das investigações e a atuar em defesa dos interesses dos investidores. “Não mediremos esforços para o mercado financeiro voltar a ter confiança nas práticas de governança corporativa das empresas brasileiras”, conclui Silva.
A Americanas está em recuperação judicial desde janeiro de 2023 com R$ 43 bilhões em dívidas. O processo foi aprovado por credores e teve aval da Justiça em 25 de fevereiro de 2024.
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