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Dólar hoje: moeda fecha a sexta em leve queda, após semana de máximas

Moedas emergentes, incluindo o real, conseguiram apresentar uma leve valorização

Dólar hoje: moeda fecha a sexta em leve queda, após semana de máximas
Notas de dólar (Foto: Envato Elements)

O dólar à vista exibiu uma leve desvalorização nesta sexta-feira (21) e fechou o pregão cotado a R$ 5,4565, registrando uma queda de 0,11%.

A redução vem um dia após o dólar chegar a valer R$ 5,46, o maior valor registrado durante o terceiro mandato do presidente Lula (PT) e o maior patamar desde julho de 2022, quando fechou em R$ 5,4977. “A desaceleração na atividade econômica fortalece a tese de que o Fed irá cortar juros em setembro, mantendo sua taxa de referência na faixa atual desde julho passado”, analisa o CEO do Transferbank, Luiz Felipe Bazzo.

Durante o dia, a moeda americana oscilou entre a mínima de R$ 5,4237 e a máxima de R$ 5,4609. Esse movimento ocorre em um contexto em que o real busca se recuperar, mas enfrenta desafios para manter-se valorizado. Apesar da ausência de novos eventos locais, a percepção de risco continua a sustentar o dólar em momentos de turbulência global. Em contrapartida, outras moedas emergentes, incluindo o real, conseguiram apresentar uma leve valorização.

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O euro comercial também registrou uma desvalorização de 0,20%, sendo cotado a R$ 5,8354. No cenário internacional, o índice DXY, que mede o desempenho do dólar em relação a outras moedas importantes, apresentava um aumento de 0,21%, alcançando 105,806 pontos.

O ouro, por sua vez, começou o dia com ganhos, mas encerrou a sexta-feira em território negativo, influenciado pela movimentação do dólar. O movimento no câmbio foi em parte apoiado por dados Estados Unidos e deixa o metal mais caro para os detentores de outras divisas, o que contém o apetite de investidores. Além disso, notícias do setor eram monitoradas.

Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o contrato de ouro para agosto fechou com uma queda de 1,60%, sendo negociado a US$ 2.331,20 por onça-troy. Na análise semanal, o metal precioso teve uma diminuição de 0,76%.

Os investidores também estão atentos aos dados econômicos dos Estados Unidos, como o índice de gerentes de compras (PMI) composto, que subiu de 54,5 em maio para 54,6 na leitura preliminar de junho. Esse resultado, acima das expectativas dos analistas, fortaleceu o dólar e impactou negativamente o mercado de metais preciosos.

Expectativa da Selic e falas de Lula: como o dólar reagiu nesta semana

Após um mês de quedas consecutivas, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores no Brasil, começou mais uma semana no negativo, caindo 0,44% na segunda-feira (17) e fechando aos 119.137 pontos. As incertezas fiscais refletidas no Boletim Focus geraram preocupações entre os investidores.

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Na terça-feira (18), o dólar subiu 0,22%, sendo cotado a R$ 5,439, após ter registrado uma alta de 0,73% no dia anterior, fechando a R$ 5,421. Esse movimento foi atribuído à expectativa em torno da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) na quarta-feira (19), com investidores aguardando diretrizes sobre a política monetária.

Na quarta, o Ibovespa subiu 0,53%, encerrando o dia aos 120.261 pontos, em um pregão marcado por baixa liquidez devido ao feriado nos Estados Unidos. O dólar valorizou-se 0,15%, fechando a R$ 5,442, após atingir R$ 5,483 durante o dia, o maior valor em 18 meses.

Já na quinta-feira (20), o Ibovespa fechou em alta de 0,18%, alcançando 120.446 pontos, impulsionado pela decisão do Copom de manter a Selic em 10,50%, uma medida esperada pelos investidores. Entretanto, críticas do presidente Lula ao Banco Central trouxeram cautela ao mercado. O dólar fechou em alta, a R$5,462, refletindo o impacto das declarações do presidente sobre a reunião do Copom.

O que esperar do câmbio no resto de 2024?

As projeções do mercado para o câmbio ao final de 2024 começaram a ser revisadas. Em janeiro, a expectativa era que o dólar encerrasse o ano na casa dos R$ 5, mas a tese tem cada vez menos respaldo no mercado. A última edição do Boletim Focus trouxe uma expectativa de R$ 5,05, mas há quem esteja mais negativo em relação à trajetória da moeda americana.

Para Alexandre Viotto, head de banking e câmbio da EQI Investimentos, essa previsão é otimista, e para ele o patamar deve estar acima disso. “Bater R$ 5,50 é muito mais fácil do que voltar para R$ 4,80, e a moeda deve chegar nesse patamar no curto prazo”, diz.

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O Itaú BBA, por exemplo, elevou nas últimas semanas a sua projeção para o dólar para R$ 5,15 em dezembro. “A nossa expectativa de um dólar forte para frente somada ao ambiente doméstico desafiador nos fez revisar recentemente [a previsão] para R$ 5,15 por dólar (antes R$ 5,00) em 2024 e R$ 5,25 por dólar (de R$ 5,20) em 2025 e a Selic terminal para 10,25 (de 9,75)”, menciona relatório.

E o banco não foi o único. A valorização obrigou alguns analistas a revisarem as suas projeções do câmbio para o fim de 2024. Nesta reportagem, o E-Investidor mostrou o que as corretoras de investimento esperam do futuro do câmbio. A Ativa Investimentos tinha até abril uma projeção de R$ 5,10 para o dólar em dezembro; agora, a casa vê a moeda americana encerrar o ano a R$ 5,30. O C6 Bank fez o mesmo movimento. Algumas ainda não reajustaram as projeções, mas pretendem. A Ágora Investimentos, que tinha como cenário-base um dólar a R$ 5,10 ao final de 2024, já sinalizou que vai revisar o valor.