A Dívida Pública Federal (DPF) apresentou aumento de 3,10%, atingindo o valor de R$ 6.912,04 bilhões em maio, segundo o relatório mensal divulgado pelo Tesouro Nacional nesta quarta-feira (24). A dívida aumenta sempre que o governo gasta mais do que arrecada com impostos e demais receitas.
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De acordo com o relatório, a dívida mobiliária interna (DPMFi), por sua vez, teve estoque ampliado em 3,16% no quinto mês de 2024. O aumento foi influenciado pela emissão líquida da moeda nacional no valor de R$ 147,33 bilhões e da apropriação positiva de juros, de R$ 55,80 bilhões.
Em relação à dívida pública externa, houve variação positiva de 1,77% sobre o estoque apurado em abril, encerrando o mês de maio em R$ 285,47 bilhões (US$ 54,46 bilhões). O Tesouro ainda indicou que R$ 238,17 bilhões (US$ 45,44 bilhões) são referentes à dívida mobiliária e R$ 47,30 bilhões (US$ 9,02 bilhões) são relativos à dívida contratual.
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Para entender melhor, toda vez que o governo precisa de dinheiro e ainda não tem os recursos necessários para bancar esses gastos por meio da arrecadação, ele pega esse dinheiro “emprestado” do mercado. Pedro Afonso Gomes, presidente do Conselho Regional de Economia da Segunda Região Corecon-SP, explica que esse empréstimo pode ser realizado por meio de títulos públicos, como o Tesouro Direto ou Selic, investimentos conhecidos da renda fixa.
- Veja mais: O que é dívida pública? Saiba para que serve
É esse o ponto de atenção do investidor. Quanto maior a dívida, o acesso a crédito no mercado fica mais difícil e, como consequência disso, a taxa de juros da dívida sobe. Dessa forma, à medida que o governo se endivida, ele também pressiona os juros e desvaloriza os investimentos em títulos públicos, por correr risco de não poder honrar seus investidores.
Já uma dívida pública baixa não só não pressiona os juros como também permite ao governo captar mais dinheiro para investir em seus projetos.
Morvan Meirelles Costa Junior, sócio-fundador do Meirelles Costa Advogados, comenta ainda que a pressão dos juros a partir do endividamento público pode influenciar a queda da Bolsa de Valores. Isso porque o valor de bolsa de uma empresa geralmente é um indicativo da expectativa de fluxo de caixa dela, mas com uma maior dificuldade de levantar dinheiro – em função da dívida pública – , o valor presente delas diminui e recua a cotação de suas ações.
“O endividamento significa basicamente juros mais altos, que significam possivelmente aumento do dólar, elevando a inflação, implicando na queda da Bolsa”, finaliza.
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