O BTG Pactual mantém a preferência por empresas do setor de saúde ante empresas do setor de educação, destacando otimismo em relação a recuperação contínua da rentabilidade da cadeia de saúde privada como um todo, mantendo recomendação de compra para Hapvida (HAPV3), Rede d’Or (RDOR3) e Fleury (FLRY3).
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Em relatório, os analistas Samuel Alves e Yan Cesquim destacam que os últimos dados compilados pelo BTG sugerem espaço para uma melhor diluição dos custos de mão de obra entre os players de saúde. Em contrapartida, uma maior alavancagem operacional em educação dependerá de melhores tendências de receita.
O banco indica que quase metade das empresas de saúde listadas viu uma redução na alavancagem operacional de 2019 a 2023, como Hapvida, Qualicorp (QUAL3), Mater Dei e Blau, refletindo um aumento na complexidade operacional devido a fusões, aquisições, IPOs (ofertas públicas iniciais) e contratação de executivos, além de desafios de rentabilidade como atrasos em ajustes de preços frente à inflação, maiores reivindicações médicas e custos crescentes de suprimentos.
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O banco avalia, no entanto, que apesar de Hypera (HYPE3) e Qualicorp terem diminuído seus quadros de funcionários no último ano, a alavancagem operacional melhorou para quase todas as companhias em 2023.
Contudo, comparando com níveis históricos, há espaço para mais melhorias. Rede D’Or, Hapvida e Qualicorp tiveram um aumento significativo na rentabilidade em 2023, enquanto Hypera e Odontoprev (ODPV3) mantiveram uma operação eficiente com melhorias contínuas ao longo dos últimos seis anos.
Com a projeção de desaceleração nas tendências de lucro antes de juros, depreciação, amortização e impostos (Ebitda), o banco avalia que Onconclínicas (ONCO3), Mater Dei e Viveo podem enfrentar piora na alavancagem operacional em 2024, apesar de resultados satisfatórios em 2023.
No setor de educação, o banco vê um espaço limitado sem melhores tendências de receita. Para o BTG, embora todas as empresas de educação tenham melhorado o Ebitda por funcionário ao longo dos últimos cinco anos, Ânima (ANIM3), Ser Educacional (SEER3) e Cruzeiro do Sul (CSED3) reduziram recentemente suas folhas de pagamento.
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Essa melhoria deve-se principalmente a um controle mais rigoroso das despesas corporativas e uma mudança significativa em direção ao ensino a distância, que requer menos pessoal. “Embora a melhoria da eficiência do setor seja positiva, pode haver espaço limitado para mais ganhos de alavancagem operacional sem melhores tendências de receita”, avalia o BTG.
O banco mantém recomendação de compra para Yduqs (YDUQ3), Fleury (FLRY3), Rede d’Or (RDOR3), Hapvida (HAPV3), Vitru, Anima Educação, Afya. Para Ser Educacional a recomendação é neutra, enquanto para Cogna (COGN3) é de venda. O banco ainda mantém recomendação de compra para Oncoclínicas. Para Hypera, Viveo, Qualicorp, OdontoPrev, Mater Dei e Blau a recomendação é neutra.
*Com informações do Broadcast