Taxas de Prefixados abrem em alta nesta segunda-feira (29) (Fonte: Shutterstock)
Nesta segunda-feira (29), os títulos públicos prefixados do Tesouro Direto registravam altas nas taxas oferecidas. Por volta das 13h, o Prefixado 2027, de vencimento mais curto, pagava 12,04% ao ano – 0,12 ponto percentual acima dos 11,92% alcançados na sessão anterior. Está é também a maior rentabilidade em quase 30 dias.
Os papéis prefixados com vencimentos mais longos, portanto menos sensíveis a mudanças nas expectativas econômicas, apresentavam altas menores. As taxas dos Prefixados 2031 e 2035 subiam 0,09 ponto percentual em relação à rentabilidade atingida na sexta (26), para 12,35% e 12,14%, respectivamente.
Por trás dessa volatilidade vista nos prefixados, estão as mudanças nas expectativas econômicas. O Boletim Focus divulgado neste início de semana trouxe uma revisão para a inflação em 2024. O consenso entre economistas é de que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve subir 4,1% no ano. Na semana anterior, essa projeção estava menor, em 4,05%.
Perspectivas de uma inflação maior, significa também juros mais altos. Por isso, as taxas dos prefixados acabam empurradas para cima. Além disso, na próxima quarta (31) o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) divulga a nova decisão sobre a taxa básica de juros Selic, hoje em 10,5% ao ano. No mercado, analistas e gestores esperam, majoritariamente, pela manutenção desse nível de juro.
“A manutenção da Selic em 10,50% até o final de 2024 reflete a confiança dos investidores de que o Banco Central continuará com sua política monetária restritiva para conter a inflação. Essa postura é justificada pela persistente desancoragem das expectativas inflacionárias”, diz Fábio Murad, sócio da Ipê Avaliações.
Já os títulos atrelados à inflação, conhecidos como IPCA+, apresentam taxas ligeiramente menores na sessão. O Tesouro IPCA+ 2035, por exemplo, estava com a rentabilidade real (acima da inflação) diminuída em 0,04 ponto percentual, para 6,2% ao ano. O maior prêmio estava no vencimento mais curto, para 2029, de 6,4% ao ano.
Número de investidores no Tesouro Direto salta 17%
O Tesouro Direto divulgou o balanço de junho nesta segunda (29). No mês, foram realizadas 760,08 mil operações de venda de títulos a investidores, que somaram R$ 5,68 bilhões. O grupo de títulos públicos mais demandado pelos investidores foi o indexado à inflação (Tesouro IPCA+, Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais, Tesouro RendA+ e Tesouro EducA+), cuja participação nas vendas atingiu 53,8%. Em junho, 295,4 mil novos participantes se cadastraram no Tesouro Direto, elevando o número total de cadastros para 28,9 milhões – uma alta de 17,4% em 12 meses. Na outra ponta, o número de investidores ativos atingiu 2,6 milhões, uma variação de 18,5% na base anual.
Vale lembrar que os títulos Prefixados e IPCA+ sofrem efeitos de “marcação a mercado”, ou seja, o valor de mercado desses papéis oscila diariamente conforme a demanda e as expectativas econômicas. Em termos gerais, quando as expectativas para os juros e inflação sobem, o preço desses papéis cai e vice-versa. Para fugir desse tipo de impacto, o investidor deve manter os títulos na carteira até o vencimento acordado. Assim, terá exatamente a rentabilidade prometida no momento da compra.