As ações do Magazine Luiza (MGLU3) abriram o pregão desta terça-feira (30) em alta, em meio a um período de incertezas para a varejista na Bolsa. Não à toa, o papel passou por um clico amargo de oito baixas seguidas entre os dias 16 e 25 de julho. Às 10h47min desta terça-feira, as ações do Magazine Luiza avançavam 0,89%, a R$ 11,30. No mesmo horário, o Ibovespa recuava 0,50%, a 126.314,49 pontos.
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A última vez que os papéis da companhia subiram na Bolsa foi na última sexta-feira, dia 26 de julho. Na data, as ações avançaram 2,5% e terminaram o pregão cotadas a R$ 11,89. A valorização veio após uma uma boa fase dos papéis na primeira quinzena de julho, após a companhia da família Trajano fechar um acordo com o AliExpress para vender produtos da China na plataforma do marketplace da varejista brasileira.
O acordo também prevê a venda de produtos do Magalu aqui no Brasil no site do AliExpress. No entanto, com o mercado precificando uma inflação mais elevada e a taxa básica de juros da economia em um patamar de 10,50% ao ano, o papel não resistiu e teve a virada para queda no acumulado do mês. Segundo informações do Broadcast, os ativos da companhia recuam 6,22% no acumulado de julho.
O que fazer com as ações do Magazine agora?
Em meio às novidades e ao cenário macroeconômico, os analistas se dividem sobre o que o investidor deve fazer com MGLU3. A equipe do BB Investimentos reconhece as dificuldades que a empresa possui com os juros em um patamar elevado. Isso porque a taxa básica de juros da economia, a Selic, está em 10,50% e o mercado estima que o Banco Central deve manter o indicador nesse mesmo nível até o fim de 2024.
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No entanto, as especialistas reforçam que o Magalu conseguiu reverter sua situação ruim dos últimos anos. A companhia passou a ter uma margem de lucratividade maior e teve um lucro líquido de R$ 212,2 milhões entre outubro e dezembro de 2023, o que ajudou a reduzir o prejuízo do fim do ano. Em 2022, o Magazine Luiza reportou um prejuízo líquido de R$ 499 milhões. Em 2023, o prejuízo foi 96% maior, de R$ 979 milhões.
No primeiro trimestre de 2024, a empresa reportou outro lucro de R$ 27,9 milhões. Para as analistas do BB Investimentos, o destaque do trimestre foi o aumento da posição de caixa e, principalmente, a alta da rentabilidade da varejista. A margem Ebitda (proporção do lucro em relação à receita líquida da empresa, expressa em porcentagem) cresceu 2,5 pontos porcentuais na comparação anual, indo de 4,9% para 7,4%.
As analistas também apontam a alta de 2,6 pontos percentuais da margem bruta, que mede a rentabilidade da companhia, que foi de 27,3% no primeiro trimestre de 2023 para 29,9% em igual período de 2024, com outro ponto de virada da empresa da família Trajano. “Entendemos que a companhia tem apresentado bons números e uma estratégia consistente com foco no aumento de lucratividade e margens, não apenas de vendas”, dizem Georgia Jorge e Andréa Aznar, que assinam o relatório do BB Investimentos.
Por isso, as analistas estão otimistas com a ação e calculam um preço-alvo de R$ 36,80 para as ações do Magalu até o fim de 2024. A cifra equivale a uma potencial alta de 228,5% na comparação com o fechamento de segunda-feira (29), quando a ação encerrou o pregão a R$ 11,20.
O que esperar do balanço do Magazine Luiza no 2T24?
O Itaú BBA reconhece que a empresa conseguiu mudar seu quadro financeiro no balanço do primeiro trimestre de 2024. O banco está com um olhar otimista até em suas estimativas para o balanço da empresa do segundo trimestre. Em relatório publicado no dia 2 de julho, os especialistas dizem acreditar que a companhia deve reverter o prejuízo líquido ajustado de R$ 199 milhões para um lucro de R$ 2 milhões no segundo trimestre de 2024.
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Essa melhora, segundo os especialistas, deve acontecer com a evolução da receita líquida da varejista. O banco estima um crescimento de 5,4% na receita líquida na comparação entre o segundo trimestre de 2024 e o mesmo intervalo em 2023. O montante deve ir dos R$ 8,57 bilhões para R$ 9,03 bilhões.
Na visão do BBA, o crescimento deve ser impulsionado pelas Vendas das Mesmas Lojas (SSS, na sigla em inglês), que devem crescer cerca de 15% na comparação entre o segundo trimestre de 2024 e o segundo trimestre de 2023. As vendas das mesmas lojas é um indicador que mede quanto uma mesma loja, que existe a mais de 12 meses, vendeu a mais ou a menos que o mesmo período do ano anterior.
“Nós também esperamos que a rentabilidade do Magalu, medida pela margem bruta, cresça 2 pontos porcentuais na comparação entre o segundo trimestre de 2024 e o segundo trimestre de 2023. O indicador deve ir de 28.8% para 30.8%”, dizem Thiago Macruz e sua equipe, que assinam o relatório do Itaú BBA.
Ainda assim, o Itaú BBA classifica a ação do Magalu como market perform, desempenho dentro da média do mercado, que é equivalente a recomendação neutra, calcula um preço-alvo de R$ 15 para a ação do Magalu para fim de 2024, o que implica na alta de 33,9% em relação ao fechamento de segunda-feira (29), quando o papel encerrou o pregão a R$ 11,20.
Por que o Itaú BBA não recomenda compra para as ações do Magazine Luiza?
Em outro relatório divulgado no fim de junho, os especialistas comentam o motivo para a recomendação neutra. A equipe do Itaú BBA reconhece a melhora do resultado financeiro da varejista nos últimos dois trimestres. No entanto, eles dizem que preferem esperar por um ponto de entrada melhor na ação. Isso porque o faturamento da companhia ficou abaixo do esperado no primeiro trimestre de 2024.
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“Atualmente vemos as ações negociadas a um prêmio de 50% sobre a média do setor varejista. Entretanto, reconhecemos haver um risco ascendente para as nossas estimativas no caso de tendências de receita menores do que o previsto, levando potencialmente a maiores ganhos de endividamento (alavancagem)”, explicam Thiago Macruz e sua equipe.
Ou seja, cabe ao investidor decidir se prefere seguir as estimativas do BB Investimentos e comprar a ação ou se prefere ir de acordo com o Itaú BBA e não realizar nenhuma compra de Magazine Luiza (MGLU3) na carteira.