A Petrobras (PETR3; PETR4) deve pagar 16,8% do seu valor de mercado em dividendos nos próximos 12 meses, dizem analistas do BTG Pactual em relatório enviado à imprensa nesta terça-feira (30). A projeção acontece após a empresa divulgar o relatório de produção e vendas na noite da última segunda-feira (29). A companhia teve uma produção total de 2,69 milhões de barris diários (boed) de óleo equivalente no segundo trimestre de 2024, uma alta de 2,4% em comparação com o mesmo período do ano passado.
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Para a equipe do BTG, os números da estatal não foram surpreendentes, dado que os dados são divulgados mensalmente pela Agência Nacional de Petróleo e Gás (ANP). Ainda assim, os analistas comentam que o volume de vendas gerais ficou 4% acima das expectativas do banco, em 2,9 milhões de barris diários (boed) de óleo equivalente.
“Apesar de uma queda de um ponto porcentual entre o primeiro trimestre de 2024 e o segundo trimestre de 2024 nas taxas de utilização da refinaria, as instalações continuam operando em níveis relativamente altos de 91% no primeiro semestre de 2024, contra médias recentes de cerca de 85% em 2021 e 2023”, dizem Pedro Soares, Henrique Pérez e Thiago Duarte, que assinam o relatório do BTG.
O que o BTG espera do balanço e dos dividendos da Petrobras?
Em meio aos números divulgados ontem, o BTG diz esperar que o lucro da Petrobras tende a recuar no segundo trimestre de 2024. O banco espera que a petroleira apresente um lucro líquido de US$ 2,8 bilhões no segundo trimestre de 2024, queda de 50,6% na comparação com o lucro do segundo trimestre de 2023.
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Já as estimativas para o Lucro antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização (Ebitda, na sigla em inglês) apontam para um número de US$ 12,2 milhões no segundo trimestre de 2024, alta de 4,1% em relação ao segundo trimestre de 2023. “Com isso, a geração de fluxo de caixa livre pode ser maior que o esperado, com a empresa pagando US$ 2,9 bilhões em dividendos”, estimam Soares, Pérez e Duarte.
Os analistas reconhecem haver riscos de uma diminuição da distribuição dos proventos da empresa devido às fusões e aquisições significativas no curto prazo. Esse fator também pode aumentar a percepção de risco e levar os investidores a exigir um prêmio de risco maior para possuir ações da estatal.
Entretanto, a equipe do BTG recomenda compra para as ações da Petrobras listadas em Nova York como American Depositary Receipts (ADR) com preço-alvo de US$ 19, alta de 34% na comparação com o fechamento de segunda-feira (29), quando a ADR encerrou o pregão a US$ 14,10. A esse preço por ação, e com base nas expectativas de lucro e Ebitda, os analistas do BTG estimam que a Petrobras (PETR4) deve entregar os 16,8% do seu valor de mercado em dividendos.