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Olimpíadas: polêmica do Rio Sena mostra que investir em água pode ser oportunidade

A contaminação do rio de Paris voltou a subir, o que levantou o debate sobre investimentos em água

Olimpíadas: polêmica do Rio Sena mostra que investir em água pode ser oportunidade
O mercado de água deve ganhar cada vez mais protagonismo nos próximos anos e investir agora pode ser um diferencial. Foto: Fotos Públicas

As Olimpíadas de Paris 2024, iniciadas no dia 26 de julho, trouxeram à tona uma questão ambiental que já se desenrola há décadas: a poluição do Rio Sena, que não atingiu o nível exigido após testes de qualidade e afetou a realização de algumas competições.

A França investiu cerca de US$ 1,5 bilhão em um projeto de regeneração fluvial para tornar o local seguro para os atletas, após cem anos de proibição. No entanto, com o início dos jogos olímpicos, o rio acabou sendo alvo de críticas, já que em junho deste ano o nível da bactéria E. coli na água era dez vezes superior ao que as federações desportivas consideram aceitável.

A polêmica não tem apenas destacado a urgência de iniciativas para despoluição, como também trouxe luz para uma oportunidade de investimentos no setor de saneamento e tratamento de água.

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“Hoje a água ainda é uma aposta no mercado de capitais, mas esta é uma excelente opção de diversificação. Com o aumento da demanda em um futuro próximo, o valor desse fundo ou ação tende a valorizar acima da média”, diz Pablo Carpejani, economista e coordenador do curso de sustentabilidade empresarial da PUC-PR, entrevistado para matéria do E-Investidor.

Como investir em água?

Este tipo de investimento é possível, pois na Nasdaq (bolsa de valores dos Estados Unidos), por exemplo, a água tem contratos futuros sendo negociados. Enquanto no Brasil há fundos de investimentos que permitem investir em empresas globais que atuam na preservação e fornecimento de recursos hídricos.

Ainda de acordo com a matéria citada acima, quem quiser aplicar seus recursos em água pode comprar ações de empresas de saneamento, fundos de investimento voltados à água ou fundos temáticos que replicam ETFs negociados no exterior.

Um exemplo é o BNP Paribas Asset Management que oferta, desde 2008, um fundo que aplica recursos em 49 ações internacionais, destinadas a companhias de saneamento, infraestrutura e serviços, priorizando atividades como descontaminação, reciclagem e transporte.

Engana-se quem pensa que não existem investidores com tais fundos em sua carteira. Isso porque, de acordo com Henri Rysman de Lockerente, portfólio manager da BNP, o fundo da companhia em que trabalha vem atraindo novos investidores nos últimos anos.

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Segundo dados do fim de fevereiro de 2022, o fundo tinha 3,4 bilhões de euros sob gestão e rendeu, nos últimos cinco anos, 13,13% ao ano, contra 9,91% para o MSCI World (NR) EUR, seu índice de referência.

Por que investir em água?

Investir em água por meio de fundos e projetos de saneamento pode ser extremamente vantajoso, tanto do ponto de vista social quanto financeiro. Além de ser uma boa forma de começar a investir, já que estes investimentos são menos voláteis do que contratos futuros, por exemplo, e funcionam com uma rentabilidade semelhante ao praticado no mercado.

Um dos benefícios potenciais de tal investimento é que se trata de algo que será sempre essencial para a subsistência humana e de muitas indústrias.

“Hoje a água ainda é uma aposta no mercado de capitais, mas esta é uma excelente opção de diversificação. Com o aumento da demanda em um futuro próximo, o valor desse fundo ou ação tende a valorizar acima da média”, diz Carpejani.

“E não só pela rentabilidade: ao investir em água a pessoa física o cidadão está aplicando recurso em algo que será utilizado para garantir o acesso à água potável”, complementa o economista.

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Vale lembrar que a poluição de rios como o Rio Sena não é um problema exclusivo de Paris, mas uma realidade global que afeta muitas cidades ao redor do mundo, inclusive São Paulo. E as melhorias em todos os corpos d’água do globo não só são fundamentais para a saúde pública e o meio ambiente, como também representam um mercado em crescimento para investidores.

Colaborou: Vitória Tedeschi.