As taxas dos Treasuries (títulos de renda fixa de dívida pública do governo norte-americano) subiram nesta quarta-feira (7), prolongando o movimento de ontem, ainda que tenham retrocedido das máximas do dia. Os rendimentos tiveram um repique após um leilão de T-notes de 10 anos ter encontrado demanda abaixo da média, em um sinal de que os juros destes papéis podem ter caído demais durante a turbulência vista no final da semana passada e na última segunda-feira nos mercados globais.
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Os preços dos títulos refletiram ainda a sinalização do Banco do Japão (BoJ) de que não terá pressa em apertar a taxa de juros, um movimento que vinha gerando forte ajuste de posicionamentos.
O juro da T-note de 2 anos subia de 3,982% no fim da tarde ontem para 3,986% nesta tarde. O da T-note de 10 anos avançava de 3,894% para 3,953% e o do T-bond de 30 anos passava de 4,192% para 4,249%.
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A demanda abaixo da média em um leilão de T-notes de 10 anos levou os investidores a se desfazerem de Treasuries de longo prazo, impulsionando os juros projetados nos papéis. O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos leiloou hoje US$ 42 bilhões em T-notes de 10 anos, com rendimento máximo de 3,960% – abaixo da média recente de 4,026%, de acordo com o BMO Capital Markets, mas acima da taxa negociada no mercado pouco antes da operação, de 3,932%. A taxa bid-to-cover, um indicativo da demanda, foi de 2,32 vezes, bem abaixo da média recente, de 2,53 vezes.
Na máxima do dia, os juros das T-notes de dez anos tocaram 3,967% após o leilão.
O apetite ao risco e as vendas de títulos do Tesouro dos EUA – considerados ativos seguros – contou ainda com influência do Japão. O vice-presidente do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês), Shinichi Uchida, disse que a instituição não aumentará as taxas de juros enquanto os mercados estiverem instáveis.