A Berkshire Hathaway, empresa de Warren Buffett, possui US$ 234,6 bilhões em títulos de curto prazo do Tesouro norte-americano (chamados T-bills). Os dados constam de um relatório referente ao segundo trimestre deste ano, divulgado pela companhia no último sábado (3).
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A marca impressiona não só pelo alto valor nominal, mas ainda mais em termos comparativos: a Berkshire Hathaway detém no momento mais T-bills do que o órgão emissor desses papéis, o Federal Reserve (Fed, banco central estadunidense).
Considerando os ativos com vencimento fixo nos primeiros seis meses do ano, o Fed relatou possuir US$ 195,3 bilhões, na semana passada — diferença de US$ 39,3 bilhões em favor da holding do bilionário.
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Não é de hoje que Warren Buffett se interessa por títulos públicos de curto prazo. Em maio, durante a conferência anual da companhia que controla, o investidor chegou a classificar as T-bills do Fed como o “investimento mais seguro que existe”, conforme apurou o portal especializado Quartz, dos EUA.
Semelhantes aos títulos públicos negociados pela plataforma do Tesouro Direto no Brasil, os “treasuries” estadunidenses são valores mobiliários garantidos pelo governo dos EUA. A emissão de T-bills é feita com vencimentos entre quatro e 52 semanas. O valor mínimo de compra é US$ 100.
Ainda que os retornos dos “treasuries” não sejam tão elevados quando ativos de renda variável (como ações de empresas, por exemplo), a taxa de juros dos EUA, na faixa de 5,25% a 5,5%, tem atraído investidores. O patamar dos juros no país é considerado alto, levando em consideração a série histórica.
No entanto, o período de juros altos no país deve estar com os dias contados. A expectativa majoritária de investidores e analistas de mercado é de que o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) comece a cortar os Fed Funds na próxima reunião do Fed, marcada para setembro.
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O relatório de lucros da Berkshire Hathaway ainda revelou que a empresa diminuiu a participação na Apple (AAPL34) pela metade, possuindo US$ 84,2 bilhões em ações. A fabricante do iPhone, no entanto, continua sendo o maior investimento do portfólio da holding de Buffett.
A reserva de caixa da companhia, segundo o documento divulgado, aumentou para US$ 276,9 bilhões no último trimestre — um recorde para a Berkshire Hathaway.