As ações da Ambipar (AMBP3) têm experimentado um crescimento impressionante na Bolsa de Valores brasileira, acumulando uma valorização de mais de 560% desde o início do ano. Somente nos primeiros 12 dias de agosto, os papéis da empresa de gestão ambiental subiram 113%, chamando a atenção do mercado e dos reguladores. Diversos fatores contribuíram para esse movimento atípico. Confira os principais motivos a seguir:
Aumento da participação acionária do CEO
Conforme explicado nesta reportagem, segundo especialistas, o principal fator por trás da recente valorização dos ativos da Ambipar é o CEO da empresa, Tércio Borlenghi Junior. No dia 10 de julho, Tércio ampliou sua participação acionária na empresa para 73,135% do capital social total e votante.
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Em nota dirigida à companhia, Borlenghi justificou que essa compra visava reafirmar seu compromisso com a empresa, sem a intenção de modificar a estrutura de gestão.
Esse anúncio ajudou a esclarecer parte da recuperação que as ações da Ambipar vinham apresentando desde a segunda quinzena de junho, apenas entre os dias 14 e 28 do mês passado, os papéis valorizaram mais de 53%.
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“Naquele momento, a gente não tinha muita ideia do que estava puxando o ativo. Depois do fato relevante, nós conseguimos ter certeza de que um dos players que estavam fazendo essa movimentação era o controlador”, afirma Fabiano Vaz, sócio e analista de ações da Nord Research.
Entrada da gestora Trustee
Em 12 de julho, a Trustee, uma gestora com histórico de operações agressivas e que teria o megaempresário Nelson Tanure nos bastidores, adquiriu 6,60% das ações da Ambipar, tendo em sua carteira um total de 11.030.300.
Aproximadamente duas semanas mais tarde, em 25 de julho, a administradora revelou que havia aumentado novamente sua participação acionária na empresa, alcançando 11,03% do capital social, o que corresponde a 18.419.100 ações.
Já na última sexta-feira (9), foi divulgado mais um movimento estratégico: fundos da Trustee passaram a controlar 25.117.800 ações da Ambipar, representando 15,03% do capital social.
Movimento de Short Squeeze
Outro ponto que influenciou na alta das ações foi a entrada de dois grandes players que aumentaram suas participações na Ambipar provocou um short squeeze. Esse fenômeno ocorre quando investidores com posições vendidas são obrigados a comprar de volta as ações para encerrar suas posições. Esse efeito em cadeia gerou uma pressão de compra que elevou ainda mais o preço dos papéis.
“É importante notar que a Ambipar era uma das ações mais vendidas (shorteadas) na Bolsa. Como resultado, os investidores que possuíam posições vendidas foram forçados a encerrar suas operações, recomprando suas ações. Este fator contribuiu ainda mais para a elevação do preço dos papéis”, explicou a Guide Investimentos em relatório.
Programa de recompra de ações
A Ambipar anunciou, em julho, um novo programa de recompra de ações com duração de até 18 meses. Essa estratégia visa maximizar o valor para os acionistas e foi outro fator que ajudou a sustentar a alta dos papéis.
“A gente viu que, nos primeiros dias do mês, a empresa fez algumas recompras, então isso acabou contribuindo para o movimento de valorização recente”, afirma Vaz, da Nord Research.
Mudanças na diretoria
Além disso, no final de julho, a Ambipar também promoveu alterações em sua diretoria, com a nomeação de João Daniel Piran de Arruda como o novo diretor financeiro (CFO), em substituição a Thiago da Costa Silva, que assumiu outro cargo de destaque dentro da empresa.
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Esses fatores combinados ajudam a explicar a impressionante alta nas ações da Ambipar, que continuam sob a vigilância de investidores e reguladores, atentos ao desdobramento das operações e às próximas movimentações da empresa.
Colaborou: Gabrielly Bento.