O dólar recuava no exterior no fim da tarde desta terça-feira (20), com o Índice Dólar (DXY) mantendo-se nas mínimas desde janeiro, enquanto o euro e a libra esterlina eram cotados nas máximas do ano, diante da expectativa de que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) apresente sinais mais nítidos de corte de juros nos EUA na ata de seu último encontro de política monetária, a ser divulgada na quarta-feira, e no Simpósio de Jackson Hole, que contará com discurso do presidente do banco central americano, Jerome Powell, na sexta-feira.
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O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, fechou em queda de 0,44%, a 101,441 pontos. No fim desta tarde, a moeda americana cedia a 145,41 ienes, a libra subia a US$ 1,3033 e o euro se apreciava a US$ 1,1126.
Powell e seus colegas “prepararão a mesa para um corte em setembro, enfatizando que o caminho da taxa continua dependente de dados e que a economia dos EUA continua relativamente robusta”, disse o BBH. O BBH lembra que Powell entregou uma “mensagem muito agressiva” em seu discurso de abertura no ano passado, embora nenhum aumento tenha ocorrido após a cúpula.
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Agora, os mercados estão totalmente precificados para um ciclo de flexibilização começando no mês que vem, embora “a maioria dos membros do Fed continue a ver um mercado de trabalho relativamente forte e, portanto, pode haver alguma resistência às expectativas de flexibilização agressiva do Fed”, afirmou BBH.
Nesta terça-feira, a diretora do Fed Michelle Bowman disse que a inflação ainda está desconfortavelmente acima da meta de 2%. Mas a dirigente afirmou que “se os dados recebidos continuarem a mostrar que a inflação está se movendo de forma sustentável em direção à meta, será apropriado reduzir gradualmente a taxa dos Fed Funds para evitar que a política monetária se torne excessivamente restritiva”.
Alguns analistas citavam ainda a expectativa de divulgação de revisões em baixa de dados do mercado de trabalho nos EUA, prevista para amanhã, como outro fator que pressionava o dólar.
A fraqueza recente do dólar também pode estar relacionada ao melhor desempenho da vice-presidente e candidata democrata à Casa Branca, Kamala Harris, nas pesquisas para a eleição presidencial dos EUA, disse a estrategista de câmbio do Rabobank, Jane Foley, em nota. Embora haja um risco de que o Fed corte as taxas mais moderadamente do que o mercado espera, o desempenho de Harris nas pesquisas pode reduzir a demanda por dólar, afirmou Foley.
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Diante da pressão sobre o dólar, o euro avançava ao maior nível desde dezembro, enquanto a libra subia à máxima desde julho de 2023.