A XP Investimentos realizou um ajuste na sua projeção para o valor justo do Ibovespa, elevando-o para 155 mil pontos nos próximos 12 meses.
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Segundo a XP, o ajuste foi fundamentado em uma análise que incorpora diferentes metodologias de avaliação, baseando-se em uma média do modelo de Fluxo de Caixa Descontado (DCF), que assume um Custo Médio Ponderado de Capital (WACC) de 11,9%; um modelo de Preço sobre Lucro (P/E) alvo, com um múltiplo de P/E de 9,0 vezes, um EV/Ebitda (lucro antes de juros, depreciação, amortização e impostos) alvo de 5,0 vezes, também abaixo da média histórica de 6,5 vezes; e uma abordagem bottom-up (método de gestão onde é possível organizar ambiente, processos e subsistemas em cadeias horizontalizadas), utilizando o preço alvo dos analistas da XP para cada componente do índice.
Em relatório, os analistas Fernando Ferreira, Jennie Li e Júlia Aquino analisam os resultados apresentados pelo Índice Bovespa em agosto. Eles observam a alta do principal índice da B3 após dois meses de ganhos consecutivos, o que levou a uma revisão para baixo do lucro por ação e a expectativas de um ciclo de alta de juros. Diante disso, questionam até onde a alta do índice pode prosseguir – saiba mais aqui.
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Os analistas consideram que há motivos para ser otimista, pois o cenário global mostra sinais de melhora com o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) possivelmente cortando juros em breve. No entanto, a XP opta por adotar uma postura mais cautelosa em suas carteiras recomendadas, considerando que essa estratégia trouxe sucesso para as recomendações no passado.
Com isso, a casa avalia que segue focada em setores que se beneficiam de ciclos de alta de juros, como Financeiro, Elétricas e Saneamento, e Petróleo, Gás e Petroquímicos.
Previsão do BBA para o Ibovespa
O Ibovespa pode perder ímpeto após ter encerrado agosto com valorização de 6,54% – a maior alta mensal desde novembro do ano passado (12,54%). Apesar do forte avanço, o Itaú BBA diz não esperar que o principal índice da B3 mantenha esse nível de apreciação à frente.
“Olhando para o múltiplo preço em relação ao lucro (P/L) do Ibovespa (excluindo Petrobras (PETR3; PETR4) e Vale (VALE3)) em 11,4 vezes, por exemplo, vemos um patamar bastante próximo da média dos últimos 10 anos, em 11,8 vezes”, cita o relatório assinado por Victor Natal e Rebecca Nossig.
Os analistas ressaltam que a principal motivação para o desempenho do Ibovespa em agosto foi, “mais uma vez”, muito ligada ao ambiente macroeconômico, o que acabou atraindo o investidor estrangeiro.
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Embora a temporada de resultados referentes ao segundo trimestre de 2024 tenha sido positiva, o Itaú BBA percebe que a expectativa de lucro para as empresas neste ano mudou pouco – a maior revisão aconteceu apenas para 2025, menciona.
Se de um lado o lucro futuro das empresas não inspira tanta confiança, avalia que do outro o discurso do Banco Central brasileiro (Bacen) sobre a possibilidade de elevar a Taxa Selic se for necessário cresceu.
“O discurso explícito do Bacen em atacar a inflação com mais força em caso de deterioração adicional do cenário trouxe mais segurança para o futuro – com mais juros no curto prazo, as expectativas de inflação ficaram mais contidas à frente e abriram espaço para o fechamento da curva de juros longa, que tem mais peso na precificação da Bolsa”, descrevem Natal e Nossig.
Já nos Estados Unidos, destacam que a situação é bastante diferente, apesar de também ter ajudado o Índice Bovespa. Depois de discussões sobre uma potencial desaceleração exacerbada da economia americana devido ao ciclo de alta de juros, o Federal Reserve trouxe em seu discurso indicações de que realmente haverá cortes de juros nos EUA.
“Isso animou o mercado, que já precifica cortes a partir de setembro, e ajudou a afastar (em parte) preocupações com o famoso “hard landing”, processo em que a economia entra em recessão depois de um ciclo de alta de juros”, cita o relatório.
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Em agosto, 13 dos 16 setores que estão na cobertura do Itaú apresentaram valorização. O destaque positivo ficou com bens de capital, que subiu cerca de 15%. Do lado negativo, o setor de educação caiu cerca de 7%, descreve após análise do Ibovespa.
* Com informações do Broadcast