- Ao analisar os dados, notamos que um alto volume financeiro distribuído nem sempre está associado a um dividend yield elevado
- Entre as empresas listadas, dez ações têm dividend yield superior a 10% nos últimos 12 meses
- Todas as empresas presentes no estudo distribuíram algum tipo de provento nos últimos 12 meses, seja em dividendos, JCPs ou ambos
Para investidores focados em retornos de dividendos, olhar para as 20 ações da carteira do Ibovespa que apresentam o maior volume financeiro distribuído aos acionistas nos últimos 12 meses revela insights valiosos. Ao analisar os dados, notamos que um alto volume financeiro distribuído nem sempre está associado a um dividend yield elevado.
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Para avaliar a relevância de um investimento, é necessário considerar o quanto os rendimentos representam em relação ao montante investido. Por outro lado, empresas como Bradespar (BRAP4) e Petrorecôncavo (RECV3), apesar de apresentarem yields relativamente altos, não proporcionaram retornos significativos. Isso destaca a importância de se analisar não apenas esse indicador, que mostra o percentual de lucros distribuídos em relação ao valor da ação, mas também o contexto operacional e as perspectivas futuras da empresa.
Dividend yield superior a 10%
Entre as empresas listadas, dez ações têm dividend yield superior a 10% nos últimos 12 meses. O grupo inclui gigantes como Petrobras (PETR4 e PETR3) e JBS (JBSS3), com volumes financeiros expressivos e distribuindo dividendos substanciais. A Petrobras, por exemplo, lidera com um dividend yield de 19,52% em PETR4, enquanto a JBS impressiona com 10,64%, demonstrando a força do setor de carnes e derivados.
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Algumas empresas com menor volume financeiro também se destacam. A Cemig (CMIG4), por exemplo, com um dividend yield de 16,25%, demonstra a capacidade do setor de energia elétrica de gerar retornos atrativos para os acionistas, mesmo com volumes financeiros mais modestos. A Bradespar (BRAP4), com 13,17%, é opção para investidores que buscam exposição ao setor de minerais metálicos, apesar de o volume financeiro não ser tão expressivo.
Reinvestimento é alternativa rentável no longo prazo
Outro aspecto interessante é a rentabilidade dessas ações quando se considera o reinvestimento dos proventos. A JBS (JBSS3) se destaca como a empresa com o melhor desempenho em termos de retorno, tanto com reinvestimento (96,47%) quanto sem reinvestimento (86,17%). Note que para os investidores que optaram por reinvestir os dividendos, o ganho foi mais expressivo.
A Vibra (VBBR3) também merece destaque, com retorno de 47,95% considerando o reinvestimento dos proventos, reforçando o impacto positivo que a estratégia pode ter no longo prazo.
Apenas dividendos ou JCPs não excluem atratividade da ação
Todas as empresas presentes no estudo distribuíram algum tipo de provento nos últimos 12 meses, seja em dividendos, JCPs ou ambos. Algumas dessas ações tiveram distribuição parcial, ou seja, apenas dividendos ou apenas JCPs, mas, mesmo assim, tiveram dividend yield significativo. Por exemplo, a Telefônica Brasil (VIVT3) , Localiza (RENT3) e a Transmissão Paulista (TRPL4) distribuíram apenas JCPs, enquanto outras, como JBS (JBSS3), Siderúrgica Nacional (CSNA3) e BB seguridade (BBSE3), distribuíram apenas dividendos.
A ausência de distribuição de um dos proventos pode ser vista como uma estratégia de diversificação e ajuste do fluxo de caixa, dependendo das condições financeiras e estratégicas de cada empresa. Mas não diminui a relevância dessas ações, pois algumas delas, mesmo com distribuição parcial, apresentam retornos interessantes.
Alto volume financeiro é apenas um dos elementos a levar em conta
A conclusão da análise é que um alto volume financeiro distribuído pode ser forte indicativo de bom dividend yield, mas não é o único fator a ser considerado. Empresas com índice superior a 10% se destacam não apenas pela generosidade dos proventos, mas também pelo potencial de retorno, especialmente quando se considera o reinvestimento. Essas ações se mostram alternativas sólidas para investidores focados em dividendos, demonstrando que a combinação de volume financeiro, estratégia de distribuição e reinvestimento pode resultar em retornos expressivos.
Além disso, antes de definir uma carteira de investimentos, é altamente recomendável realizar uma análise mais profunda, para além dos dados abordados neste artigo, levando em consideração o desempenho financeiro e operacional das empresas e análises gráficas sobre padrões de preço e volume. Também é importante lembrar que um retrospecto de dividend yield não garante retorno futuro idêntico. Diversos fatores afetam esse cenário, como a continuidade da política de distribuição de dividendos da empresa, o volume distribuído e a eventual valorização da ação.