Após três dias de ajustes profundos, os mercados acionários parecem se estabilizar mundo afora, embora ainda persistam as incertezas sobre a saúde das duas maiores economias do mundo, China e Estados Unidos –especialmente se considerarmos que nos próximos dias serão conhecidos dois importantes indicadores sobre o mercado de trabalho americano (ADP nesta quinta-feira (5) e o payroll na sexta-feira (6)), que calibrarão as expectativas em torno do ritmo de possíveis cortes de juros por parte do Fed. Assim, o que se vê neste início de quinta-feira é uma relutância dos investidores em aumentarem a parcela de risco em seus portfólios, como as principais bolsas da Europa e os índices futuro de Nova York exibindo oscilações mais contidas.
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Em outros mercados, o dólar recua levemente frente às demais moedas, os rendimentos dos Treasuries (títulos de renda fixa de dívida pública do governo norte-americano) têm leve alta, os contratos futuros do petróleo sobem, refletindo as notícias de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) estaria perto de um acordo para adiar o planejado aumento de produção, enquanto os preços futuros do minério de ferro atingiram a cotação mais baixa desde 2022 em Singapura, perto de US$ 90 a tonelada, em meio à continuidade das preocupações sobre a demanda chinesa –na madrugada, a principal associação da indústria siderúrgica chinesa aconselhou as usinas a serem cautelosas ao aumentar a produção.
Internamente, depois que os investidores passaram a precificar uma alta menos intensa de juros pelo Copom (Comitê de Política Monetária) neste mês, os ajustes podem continuar contrariando a tendência externa –assim como foi a alta mais forte do Ibovespa na quarta-feira (4), por exemplo. Além disso, o EWZ, principal ETF do Brasil negociado em Wall Street, estava praticamente no zero a zero no pré-mercado.
Agenda econômica
Brasil
Destaque para a divulgação do resultado do Governo Central em julho (14h), para o qual se espera um déficit primário de R$ 7,135 bilhões. Saem também dados da balança comercial em agosto (15h). Entre os eventos, o diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, realiza uma palestra (13h).
EUA
As atenções se voltam ao relatório ADP de criação de vagas no setor privado (9h15), aos pedidos semanais de auxílio-desemprego (9h30) e as leituras finais do índice gerente de compras (PMI) de agosto (10h45 e 11h).
Europa
As encomendas à indústria da Alemanha subiram 2,9% em julho ante junho, bem acima das expectativas de queda de 1,9% no período. Houve expansão das encomendas externas, que registraram avanço de 5,1% em julho ante o mês anterior, enquanto as encomendas domésticas permaneceram estáveis. Na comparação anual, as encomendas totais avançaram 3,7% em julho.
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