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Bolsas da Europa buscam recuperação, mas preocupação com economia dos EUA limita alta

Ontem, abertura de vagas aquém do esperado reforçou os temores por uma recessão na maior economia do mundo

Bolsas da Europa buscam recuperação, mas preocupação com economia dos EUA limita alta
(Imagem: Adobe Stock)

As bolsas europeias hoje tentam buscar recuperação após dois pregões consecutivos de perdas, mas o ímpeto está sendo limitado em meio à espera por uma bateria de indicadores que medirá o pulso da economia dos Estados Unidos. Por volta das 07h30 (de Brasília), o índice Stoxx 600 computava queda de 0,17%, a 513,95 pontos.

A apreensão quanto à desaceleração da atividade americana mantém um quadro de incertezas nas mesas de operações globais. Na quarta-feira (4), a abertura de vagas aquém do esperado reforçou os temores por uma recessão, apesar da consolidada expectativa por iminente corte de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano).

No Japão, o avanço dos salários pelo segundo mês consecutivo e fortaleceram o argumento por mais aperto monetário do Banco do Japão (BoJ), também amplificado por sinalizações do dirigente Hajime Takata. O ambiente tende a induzir a montagem de posicionamentos defensivos, conforme ressalta a analista Ipek Ozkardeskaya, do Swissquote Bank. “Estamos vivendo uma situação de déjà vu: o aumento das expectativas dovish do Fed combinadas com o aumento das apostas hawkish do BoJ resultam em um movimento de capital para fora do risco das ações“, explica, ao se referir, respectivamente, a cenários de redução e de alta de taxa de juros.

Nas próximas horas, as atenções se voltam para novos dados nos EUA, entre eles índices de gerentes de compras (PMI) de serviços e o relatório ADP (documento mensal sobre o nível de emprego privado). Uma leitura em linha com o esperado pode estabilizar o sentimento de risco na véspera da divulgação do relatório oficial do mercado de trabalho, o payroll (sobre folha de pagamento de setores não-agrícolas americanos), diz Ipek.

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“Por outro lado, um número mais fraco do que o esperado provavelmente alimentará as preocupações com a recessão e poderá pesar ainda mais sobre os rendimentos dos títulos dos Treasuries (títulos de renda fixa de dívida pública do governo dos EUA), o dólar e os índices de ações”, alerta.

Economia europeia

Mais cedo, indicadores trouxeram sinais divergentes sobre a atividade europeia. As vendas no varejo tiveram aumento marginal de 0,1% em julho ante junho e, na visão do ING, sugerem demanda doméstica ainda comprimida. No entanto, as encomendas à indústria da Alemanha tiveram inesperada alta no mesmo período.

No começo da manhã (de Brasília) entre as principais bolsas europeias, a de Paris cedia 0,58%. O presidente da França, Emmanuel Macron, segue em busca de um novo primeiro-ministro, em meio à paralisia política desde as eleições legislativas de julho, cujos resultados foram inconclusivos. O Financial Times relata que o ex-negociador do Brexit, como foi conhecida saída do Reino Unido da União Europeia, Michel Barnier, emergiu como um dos cotados para o cargo.

Na mesma marcação, Londres subia 0,12%, limitadas pelas mineradoras Antofagasta (-0,77%) e Rio Tinto (-0,33%), em meio à fraqueza do minério de ferro e do cobre. Frankfurt subia 0,06%, Lisboa ganhava 0,39% e Milão tinha elevação de 0,23%. No câmbio, o euro subia a US$ 1,1093 e a libra, a US$ 1,3156.