Dentro do setor de mineração, a CSN Mineração (CMIN3) vem atraindo olhares pelo seu endividamento negativo e o retorno em dividendos robustos que proporcionou aos investidores no passado. A companhia ainda negocia a preços democráticos, cerca de R$ 6 por ação, enquanto a Vale está cotada a quase R$ 57.
Uma das principais vantagens da CSN Mineração é a sua baixa alavancagem, a companhia possui uma dívida líquida negativa, ou seja, tem mais caixa do que dívida. Até o segundo trimestre, a dívida da mineradora era de –R $ 2,88 bilhões. “Esse baixo endividamento permite que a empresa continue investindo em seus projetos, ao mesmo tempo em que mantém a capacidade de pagar dividendos aos acionistas”, afirma Poladian.
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A companhia tem projetos definidos para os próximos 4 anos. Embora consumam caixa no médio prazo, podem proporcionar um retorno positivo para a companhia no longo prazo. Um deles é o P15, que adicionará uma capacidade de 15 milhões de toneladas para processamento e concentração de Itabirito, contribuindo com a elevação da qualidade do minério produzido pela empresa.
Poladian destaca que a expectativa da CSN Mineração é aumentar a produção de minério de 42 milhões de toneladas para 68 milhões até 2028.
Oliveira, do Projeto Vida de Acionista, cita também como vantagem a companhia ter um controlador definido, que gosta e precisa bastante de dividendos. É a CSN (CSNA3) que possui quase 80% das ações ordinárias da companhia. Além disso, a empresa também garante uma exposição ao dólar por conta da sua receita, mesmo tendo seus custos em reais.
Já entre os desafios, Oliveira cita uma possível queda no preço do dólar e do minério de ferro, além da alta do custo de fretes marítimos.
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Para Poladian, por ter maior exposição ao minério de ferro, a CSN Mineração tende a sofrer mais do que a Vale em períodos de preços mais baixos da commodity.
Vale ou CSN Mineração?
Para a maioria dos analistas consultados, a melhor alternativa para se expor ao minério de ferro seria a Vale (VALE3). Veja abaixo recomendações e projeções:
O que esperar dos dividendos da Vale?
Ação | Dividend yield projetado próximos 12 meses | Recomendação | Quem recomenda? |
Vale (VALE3) | 9% | Compra | Ativa Investimentos |
Vale (VALE3) | 9% | Compra | Nord Research |
Vale (VALE3) | 9% | Compra | MSX Invest |
Vale (VALE3) | 7% | —- | Meraki Capital |
O que esperar dos dividendos da CSN Mineração?
Ação | Dividend yield projetado próximos 12 meses | Recomendação | Quem recomenda? |
CSN Mineração (CMIN3) | 6% | Neutra | Nord Research |
CSN Mineração (CMIN3) | 7% | Neutra | MSX Invest |
CSN Mineração (CMIN3) | 6,50% | —– | Meraki Capital |
CSN Mineração (CMIN3) | 9% | Compra | Projeto Vida de Acionista |
O que esperar do minério e da China?
A China está dependendo cada vez menos de setores como infraestrutura e real estate e isso faz com que a demanda por minério de ferro seja menor e os preços fiquem mais baixos, explica Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimentos. Apesar disso, ele acredita que a Vale consegue surfar bem esse cenário.
Segundo Arbetman, o breakeven – preço que cobre custos fixos e variáveis da operação – é de US$ 70 na Vale para 2024. Com o minério perto de US$ 100 a tonelada, a Vale ainda conseguiria gerar bastante caixa para continuar remunerando os seus acionistas.
Leia mais: Vale (VALE3) reage com o fim de um dos fatores de risco. Mas qual é o preço justo para a ação?
Com a projeção do minério entre US$ 90 e US$ 100 a tonelada para 2025, Poladian acredita que a Vale terá uma vantagem frente à CSN Mineração pelo preço de produção realizado.
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Nos cálculos dele, o breakeven da Vale em 2025 seria próximo a US$ 57 a tonelada, enquanto o da CSN Mineração ainda deva ficar acima de US$ 70. “A Vale consegue gerar mais Ebitda por tonelada do que a CSN Mineração com o mesmo preço do minério de ferro”, pontua.
Mas a CSN Mineração também deve conseguir se virar com esse preço do minério e entregar bons resultados, desde que a cotação do dólar se mantenha semelhante à atual e sem grandes oscilações, destaca Bruno Oliveira, analista CNPI do Projeto Vida de Acionista.
Ele afirma que a CSN Mineração também vem buscando reduzir a sua dependência da China e tem firmado novas parcerias com Japão e Oriente Médio, além de vender parte de sua produção para outras empresas do grupo CSN Mineração (CMIN3).