Aos 88 anos, Carl Icahn continua a ser uma figura de grande influência em Wall Street. Com uma carreira que abrange mais de seis décadas, o bilionário construiu um império no setor de investimentos, tornando-se um dos mais conhecidos “investidores ativistas” do mundo.
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Seu nome, frequentemente associado a aquisições agressivas e batalhas corporativas, ainda causa impacto no mercado financeiro, mesmo com as mudanças no cenário econômico global. Recentemente, no entanto, sua influência trouxe não apenas respeito, mas também preocupações no centro financeiro dos Estados Unidos, de acordo com reportagem do E-Investidor.
A trajetória de um magnata
Carl Icahn nasceu em Nova York, em 1936, e começou sua carreira como corretor de ações na bolsa de valores nos anos 1960. Em 1968, fundou a Icahn & Co., uma corretora que focava em arbitragem de risco, uma estratégia que ele usaria ao longo de sua carreira.
Sua verdadeira ascensão no mercado veio nos anos 1980, quando começou a comprar participações significativas em empresas e pressioná-las a realizar mudanças estratégicas — muitas vezes por meio de vendas de ativos ou de reestruturações — para aumentar o valor das ações.
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Icahn ganhou notoriedade em 1985, quando lançou uma oferta hostil pela TWA (Trans World Airlines). Embora tenha eventualmente vendido sua participação na empresa, o episódio ajudou a consolidar sua reputação como um investidor sem medo de confrontos com grandes corporações. Desde então, Icahn acumulou participações significativas em gigantes como Motorola, Apple, Netflix, Herbalife e muitas outras.
O que está acontecendo com Carl Icahn?
Conforme explicamos nesta reportagem, aos 88 anos, Carl Icahn, um dos investidores mais temidos e respeitados de Wall Street, agora enfrenta um desafio que coloca em risco sua fortuna e sua reputação. Icahn vê sua própria empresa, a Icahn Enterprises, sob intensa pressão do mercado financeiro.
Nos últimos 18 meses, as ações da Icahn Enterprises despencaram mais de 75%, eliminando cerca de US$ 20 bilhões em valor de mercado. A empresa, que já foi uma das mais estáveis no mundo dos investimentos, agora negocia suas ações a cerca de US$ 10,53 – o menor nível em mais de 20 anos. Icahn, que detém cerca de 86% das ações, sofreu pessoalmente uma perda de aproximadamente US$ 17 bilhões.
A queda dramática no valor das ações da Icahn Enterprises começou em maio de 2023, após a publicação de um relatório explosivo da Hindenburg Research, uma firma de venda a descoberto liderada por Nate Anderson.
O relatório acusava a Icahn Enterprises de operar com uma “estrutura econômica semelhante a um esquema de Ponzi” e pagar dividendos que a empresa não poderia sustentar financeiramente. Além disso, a Hindenburg levantou preocupações sobre os empréstimos pessoais de Icahn, garantidos por suas próprias ações.
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Desde então, a Icahn Enterprises foi forçada a cortar seus dividendos, intensificando as preocupações sobre sua estabilidade financeira. Alguns investidores acreditam que a queda contínua das ações pode forçar a empresa a vender ativos importantes, comprometendo sua saúde financeira no longo prazo.
Icahn negou veementemente as acusações feitas pela Hindenburg Research, classificando-as como “mentiras completas e totais” e “extremamente enganosas”.
Ele também afirmou que não está vendendo suas ações, apesar das especulações de que poderia ser forçado a fazê-lo devido a empréstimos pessoais atrelados ao valor de suas ações. “Estou absolutamente não vendendo”, declarou em entrevista recente.
No entanto, os analistas continuam céticos. Nate Anderson, da Hindenburg, acredita que o uso extensivo de dívidas pessoais por Icahn coloca tanto ele quanto sua empresa em uma posição vulnerável. “Ele tem muita dívida e precisa de dinheiro. Ele realmente se colocou em um canto. Não há saída segura”, afirmou Anderson sobre Carl Icahn.
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Colaborou: Gabrielly Bento.