O Ibovespa hoje abriu em leve queda de 0,02%, aos 133.099 pontos nesta sexta-feira (20). A abertura de negócios ocorre de olho na divulgação do 4º Relatório Bimestral de Receitas e Despesas do Brasil. No exterior, serão acompanhadas falas de dirigentes de bancos centrais – confira aqui a agenda completa do dia.
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O principal índice da B3 hoje pode enfrentar sua quarta queda consecutiva nesta sexta-feira, após fechar em baixa no último pregão – veja aqui. A pouca tração no pré-mercado das ações norte-americanas e no petróleo, além de fatores técnicos em Nova York e pelo vencimento de opções sobre ações na Bolsa, podem pressionar o desempenho do Índice Bovespa hoje.
O relatório bimestral concentra as atenções diante dos elevados riscos fiscais, apesar de, na quinta-feira (19), ao Broadcast, o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, ter dito que o documento consolidará “de vez” o cenário para o cumprimento da meta fiscal de 2024.
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A despeito da maior probabilidade de cumprimento da meta fiscal do ano, os meios que estão sendo usados e a falta de medidas estruturais para conter despesas apenas reforçam as preocupações com as contas públicas, sendo um fator que limita quedas no câmbio e nos juros longos, alerta Silvio Campos Neto, sócio da Tendências Consultoria, em nota.
Lá fora, investidores acompanham os discursos da presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, em evento do Fundo Monetário Internacional (FMI), e do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) da Filadélfia, Patrick Harker, na Escola de Negócios Freeman da Universidade de Tulanev.
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O que direciona o Ibovespa hoje
Bolsas internacionais
As bolsas ocidentais ajustam-se nesta manhã após o entusiasmo de quinta-feira (19), com uma possível volatilidade adicional devido ao vencimento triplo nas bolsas americanas.
Nos EUA, o Dow Jones e o S&P 500 renovaram recordes históricos após o corte de 0,5 ponto percentual nos juros pelo Federal Reserve na quarta-feira (18) – veja mais aqui. No entanto, o Deutsche Bank aponta preocupações sobre o ritmo dos cortes de juros, que podem estar sendo subestimados pelo mercado.
Os rendimentos dos Treasuries (títulos da dívida estadunidense) variam levemente, enquanto estrategistas do Société General sugerem uma maior exposição à ponta curta da curva de juros devido à força dos recentes dados econômicos dos EUA, o que pode justificar uma taxa terminal mais elevada.
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Na Europa, os investidores ainda analisam a queda maior que o esperado no índice de preços ao produtor da Alemanha em agosto e o aumento inesperado das vendas no varejo no Reino Unido. As bolsas europeias caem, com sinais de BCs mais cautelosos que Fed.
O iene, por sua vez, enfraqueceu em relação ao dólar após o Banco do Japão (BoJ) manter suas taxas de juros inalteradas, como esperado. O presidente do BoJ, Kazuo Ueda, indicou que a política monetária continuará restritiva, mas o banco central precisa de mais tempo para avaliar os dados econômicos antes de tomar novas decisões.
A maioria das bolsas asiáticas fechou em alta, exceto algumas bolsas chinesas, que caíram depois que o Banco do Povo da China (PBoC) manteve suas principais taxas de juros inalteradas, apesar das preocupações com o enfraquecimento econômico do país.
O Banco Central da China decepcionou alguns investidores ao não reduzir suas taxas de juros, mantendo-as nos níveis atuais, apesar dos sinais de desaceleração econômica.
Commodities
As commodities não devem abrir margem para recuperação dos ativos nesta sexta-feira. O minério de ferro fechou em leve alta de 0,15% em Dalian, na China, e o petróleo recua cerca de 0,50%.
Além de tudo isso, a previsão de uma Selic próxima de 12% até o final do ano e as incertezas globais, com sinais cautelosos de bancos centrais na Europa, Japão e China, também podem deixar o Ibovespa hoje sem direção clara.
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*Com informações do Broadcast