- A transformação digital no Brasil tem avançado de forma acelerada, impulsionada principalmente pela pandemia
- A digitalização, que trouxe inovações e conveniências, também abriu portas para um aumento significativo nas tentativas de fraudes
- Ao mesmo tempo em que as fraudes se sofisticam, a resposta das empresas ainda é inadequada
Nos últimos anos, a transformação digital no Brasil tem avançado de forma acelerada, impulsionada principalmente pela pandemia e pela necessidade de adaptar negócios e serviços a um cenário cada vez mais conectado. No entanto, essa digitalização, que trouxe inovações e conveniências, também abriu portas para um aumento significativo nas tentativas de fraudes. De acordo com a Associação de Examinadores Certificados de Fraude, o país ocupa a preocupante posição de terceiro maior alvo de fraudes no mundo, com 2.800 tentativas reportadas por minuto no primeiro semestre de 2023.
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Este cenário evidencia um desafio crescente para instituições financeiras e empresas de tecnologia: como equilibrar a adoção de novas tecnologias com a necessidade de proteger os dados e o patrimônio dos usuários? Ao mesmo tempo em que as fraudes se sofisticam, a resposta das empresas ainda é inadequada, deixando vulneráveis sistemas que deveriam ser à prova de falhas.
Uma das principais ameaças atuais são as fraudes baseadas em deepfakes. Este tipo de golpe utiliza tecnologias de Inteligência Artificial para manipular rostos e vozes, criando vídeos ou áudios convincentes que podem enganar até mesmo profissionais experientes. Em 2023, o número de deepfakes relacionados a fraudes aumentou 31 vezes, segundo a Onfido – empresa especialista em verificação de identidade. O Brasil ocupa o topo do pódio dos casos na América Latina, com 49,6% das ocorrências.
Esse tipo de tecnologia é usada não apenas para fraudes em massa, mas também em golpes altamente direcionados. Um exemplo famoso é o de um CEO britânico que foi enganado por um áudio deepfake, acreditando estar em uma ligação com seu chefe. O resultado foi a transferência de mais de €200 mil para a conta de fraudadores.
Fraude de identidade falsa
Além dos deepfakes, outra crescente preocupação é a fraude de identidade falsa, que utiliza fotos ou documentos manipulados para enganar sistemas de verificação de identidade. Com o avanço das ferramentas de edição de imagem, fraudar documentos e até sistemas de biometria facial se tornou mais simples. Em 2023, as fraudes de identidade no Brasil praticamente dobraram em comparação com 2021, de acordo com o provedor global de verificação Sumsub.
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O Brasil tem visto um crescimento notável nas opções de pagamentos digitais, como o Pix, carteiras digitais e pagamentos por QR Code. Contudo, essa conveniência vem acompanhada de novos tipos de fraudes. Estima-se que, em 2023, 42% dos brasileiros tenham sido vítimas de golpes relacionados ao Pix, de acordo com dados da fintech Silverguard, evidenciando a vulnerabilidade desse sistema popular.
As fraudes em pagamentos digitais assumem diversas formas, desde o phishing até o uso de skimmers, dispositivos que roubam informações de cartões de crédito em terminais de pagamento. Entre 2021 e 2022, o número de tentativas de fraude durante transações digitais aumentou 92%, aponta pesquisa da NiceActimize, enquanto os valores associados a essas fraudes dispararam em 146%.
Embora as ameaças estejam crescendo, existem soluções robustas no mercado capazes de mitigar grande parte dos riscos. Tecnologias de reconhecimento facial avançado e prova de vida são ferramentas poderosas no combate às fraudes de identidade e deepfakes. Muitas delas oferecem inovações como motores de regras personalizáveis, que permitem às companhias ajustar seus sistemas de segurança de acordo com suas necessidades específicas, protegendo seus clientes em tempo real.
Em 2023, um estudo da Digibee, plataforma de integração low-code, revelou que 71% das mais de mil empresas entrevistadas pretendem adotar, complementar ou substituir suas tecnologias de integração, evidenciando a necessidade de adaptação ao contexto digital ágil. No entanto, 33% dessas empresas apontaram a segurança como o maior desafio para a implementação de novos sistemas.
Em um ambiente no qual a inovação é crucial para garantir a competitividade, empresas que ignoram a segurança digital correm o risco de perder a confiança de seus consumidores. Para evitar isso, a combinação entre tecnologias avançadas de detecção de fraudes e uma cultura organizacional que priorize a proteção de dados se torna essencial.
O cenário de fraudes no Brasil em 2024 é desafiador, mas não irreversível. A chave está em adotar uma postura proativa, combinando tecnologia de ponta com estratégias eficazes de prevenção de riscos. Enquanto os fraudadores continuam a evoluir suas táticas, é responsabilidade das empresas se armarem com soluções eficazes para proteger seus clientes e garantir a segurança de suas operações. O Brasil pode estar entre os países mais afetados por fraudes digitais, mas também tem a oportunidade de liderar o combate a essas ameaças, tornando-se uma referência em segurança cibernética e inovação.
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