- 45% dos adolescentes apresentam um baixo letramento financeiro, mostrou o último Pisa
- Mesmo assim, educação financeira e economia aos jovens está presente apenas em duas propostas dos candidatos a prefeito de São Paulo
- Outros candidatos propõem programas profissionalizantes e empregatícios, que incluem a gestão financeira
No Brasil, 45% dos adolescentes apresentam um baixo letramento financeiro. A pesquisa foi realizada pelo Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), e publicada em junho pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Apesar da urgência sobre o assunto, a educação financeira e economia estão presentes em apenas duas propostas dos candidatos a prefeito de São Paulo.
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Na divulgação de candidatura e contas eleitorais ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), apenas Pablo Marçal, do Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB), cita nominalmente a educação financeira em suas propostas de governo. Guilherme Boulos, do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), fala em formações voltadas à economia criativa e digital para jovens a partir de 15 anos.
Enquanto isso, Tabata Amaral, do Partido Socialista Brasileiro (PSB), promete uma linha de crédito específica para jovens, incluindo capacitação em gestão financeira. Na mesma linha, José Luiz Datena, do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), propõe ampliar o “Bolsa Trabalho Formação Jovem”, programa que já atende jovens entre 14 e 29 anos. Já o atual prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), não cita projetos do tipo em seu plano.
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Vale lembrar que, de acordo com a Constituição Federal, no artigo 211, é de competência dos municípios fornecer o ensino fundamental I e a educação infantil. Mas mesmo que as prefeituras não possam atuar diretamente na grade curricular dos ensinos fundamental II e médio, o E-Investidor também considerou programas educacionais. As iniciativas com maior foco em estimular a empregabilidade foram consideradas com viés profissionalizante.
O que os candidatos à Prefeitura de São Paulo dizem sobre educação financeira e economia aos adolescentes?
Sem entrar em muitos detalhes, como a faixa etária das estudantes, o candidato Pablo Marçal propõe implementar a educação financeira no currículo escolar. “É para que os alunos adquiram conhecimentos sobre gestão de finanças pessoais, investimentos e empreendedorismo. A educação financeira na escola está associada a melhores decisões financeiras na vida adulta” diz o documento.
Outra proposta vem de Guilherme Boulos, que fala na criação de “Centros de Oportunidades”. Focado na nova economia e suporte ao empreendedorismo, o programa atuaria em regiões onde a oferta de educação, emprego e renda é menor, destinado à formação de jovens a partir dos 15 anos.
Os cursos serão voltados à economia criativa e digital, incluindo Programação, Design, Tecnologia da Informação, Tecnologia Ambiental, Moda, Turismo, Idiomas e Gastronomia. “A proposta é conectar a formação profissional com a economia de serviços e a tecnologia que caracterizam a São Paulo do século 21.”
Propostas de apoio profissionalizantes aos jovens paulistanos
Já a candidata Tabata Amaral fala na criação de uma linha de crédito “Jovem Empreendedor”, que visa apoiar jovens entre 18 e 29 anos no acesso ao crédito para empreender. O programa também vai oferecer suporte na formalização dos negócios e desburocratizar processos.
“Além do crédito específico, o programa ampliará e aprimorará a formação em habilidades empreendedoras, preparando os jovens para os desafios do mercado e aumentando suas chances de sucesso”, diz o documento de propostas. Estão inclusos no programa a capacitação em gestão financeira, marketing e inovação.
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Por fim, José Luiz Datena promete manter e ampliar o “Bolsa Trabalho Formação Jovem”. Trata-se de um programa voltado a jovens entre 14 e 29 anos, que pertencem a famílias cuja renda per capita mensal seja igual ou inferior a um salário mínimo. Já o atual prefeito de São Paulo, que busca se manter no cargo por mais quatro anos, não apresentou propostas específicas de educação financeira e economia para jovens. Mesmo assim, em seu plano são citados projetos de apoio e capacitação de empreendedores.