O Citi atualizou suas previsões para os preços do minério de ferro, do cobre e do níquel e informou suas projeções para os resultados da mineradora Vale (VALE3). A previsão de Ebitda (lucro antes do juros, impostos, depreciação e amortização) no terceiro trimestre é de US$ 3,58 bilhões, ante o consenso de mercado de US$ 4 bilhões.
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Para receitas, a expectativa é de US$ 9,673 bilhões e para o lucro líquido, de US$ 1,729 bilhão. O banco tem recomendação de compra para a ADR (American Depositary Receipts, recibos que permitem que investidores consigam comprar nos EUA ações de empresas não americanas) e preço-alvo de US$ 15, o que representa um potencial de alta de 30,7% ante o fechamento da última quinta-feira (4).
A instituição reduziu as projeções de preço do minério para 2025, de US$ 100 para US$ 95 por tonelada. Para o cobre, a projeção é de US$ 10.250 por tonelada, contra US$ 12 mil do modelo anterior. Para o níquel, é de US$ 16 mil por tonelada, ante US$ 18 mil.
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Com a previsão de menor preço para a commodity, a estimativa de Ebitda para 2024 foi reduzida em 6%, para US$ 15,3 bilhões. Para 2025, o recuo foi de 5%, a US$ 16,4 bilhões.
Para a produção de minério, cuja prévia será divulgada no próximo dia 15, o banco americano projeta 89 milhões de toneladas, incremento de 3% ante igual período de 2023. Os embarques devem registrar 81 milhões de toneladas devido a perdas normais no processo e ao aumento de inventário – que será liberado no quarto trimestre, anotou o Citi.
O preço realizado do minério de ferro deve ser de aproximadamente US$ 91 por tonelada, com base em frete, qualidade e ajustes provisórios, estimaram os analistas Alexander Hacking e Stefan Weskott.
A produção de níquel e cobre deve ser marginalmente mais forte em relação ao trimestre anterior, mas com Ebitda estável devido a preços mais baixos, apontou o relatório do Citi.
O foco dos investidores, disseram os analistas, está em quaisquer mudanças relacionadas ao novo CEO, Gustavo Pimenta, no impacto do estímulo do governo chinês – a respeito do qual os economistas estão otimistas – e no acordo da Samarco, joint venture entre Vale e BHP, para a reparação do desastre de Mariana.
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Como pontos positivos, os analistas veem os ativos de primeira linha em minério de ferro e metais básicos da companhia; o forte potencial de fluxo de caixa livre a US$ 100/tonelada de minério de ferro e acima; e a estrutura positiva de alocação de capital.
Já os pontos negativos de investimento incluem uma visão pessimista do Citi sobre os preços do minério de ferro no médio prazo; retornos ruins nas operações não relacionadas ao minério de ferro; e passivos relacionados a Mariana e Brumadinho. “De modo geral, vemos mais risco de alta do que de baixa nos preços atuais”, disseram os analistas.
Eles destacaram ainda, como fatores chave para o preço-alvo, as possibilidades de mudança nas políticas fiscal e regulatória, a volatilidade do preço dos metais e a volatilidade cambial.