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15 fundos imobiliários resistem à maior queda do IFIX desde 2022; veja a lista

Em setembro, o IFIX encerrou com uma queda de 2,58% no acumulado mensal - a maior queda desde novembro de 2022

15 fundos imobiliários resistem à maior queda do IFIX desde 2022; veja a lista
Os fundos imobiliários e as ações ajudam os investidor a ter uma renda passiva no futuro (Foto: Envato Elements)
  • Ao longo de 2024, o índice que reúne os fundos imobiliários mais negociados da bolsa apresenta uma desvalorização de 1,27%
  • A depreciação aconteceu em decorrência da retomada do ciclo de alta de juros que tornou o ambiente desfavorável para o mercado de fundos imobiliários

O ambiente econômico para os fundos imobiliários ficou desfavorável com a retomada do ciclo de alta de juros no Brasil, com a decisão do Banco Central (BC) de elevar a taxa Selic para 10,75% em 18 de setembro. A chegada do novo ciclo econômico repercutiu na performance do IFIX que encerrou o mês com uma queda de 2,58%, a maior depreciação desde novembro de 2022, segundo dados Elos Ayta Consultoria. Já no acumulado do ano, o desempenho do índice permanece no campo negativo com uma depreciação de 1,29%.

A boa notícia para os investidores é que o momento desafiador não parece ser uma realidade para todos os fundos imobiliários listados no IFIX. Um levantamento da Economatica, a pedido do E-Investidor, mostra que dos 115 FIIs que compõem a carteira teórica do índice 50 operam no campo positivo no acumulado de 2024. Desse total, 15 distribuíram um dividendo mínimo mensal de R$ 1 por cota aos seus acionistas ao longo do ano.

Veja as maiores quedas mensais do IFIX desde 2020

Mês Desempenho
Outubro de 2023 -1,97%
Junho de 2021 -2,19%
Setembro de 2024 -2,58%
Julho de 2020 -2,61%
Agosto de 2021 -2,63%
Novembro de 2021 -3,64%
Fevereiro de 2020 -3,69%
Janeiro de 2020 -3,76%
Novembro de 2022 -4,15%
Março de 2020 -15,85%
Fonte: Elos Ayta Consultoria

O Hotel Maxinvest FII (HTMX11) foi o que mais se destacou entre os fundos imobiliários analisados tanto em rentabilidade das cotas quanto em distbruição de proventos. Segundo dados da Economatica, os investidores do HTMX11 receberam R$ 20,5 por cota em dividendos de janeiro até o dia 7 de outubro. Já os papéis do fundo entregam uma valorização de 11,86% no acumulado durante o mesmo período.

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O alto rendimento do fundo, que investe em 21 hoteis distribuídos nas principais regiões de São Paulo, se deve ao ciclo de desinvestimento de parte do seu portfólio. Em setembro, o HTMX11 informou ao mercado a venda de quatro unidades hoteleiras por meio do seu relatório gerencial. Além disso, anunciou o pagamento de um dividendo mensal de R$ 2,13 por cota.

O Patria Prime Oficces (HGPO11) também se destacou na indústria de fundos imobiliários nos últimos meses. As cotas do fundo avançaram 11,84% em 2024, enquanto os investidores receberam R$ 16,05 em dividendos ao longo do ano. O último provento foi pago no mês passado quando os investidores receberam uma remuneração de R$ 1,70 por cota após o fundo apresentar um resultado de R$ 3,4 milhões.

Veja os FIIs com os maiores retornos e dividendos em 2024

FII Retorno em 2024* Dividendo por cota*
HTMX11 11,86% R$ 20,5
HGPO11 11,84% R$ 16,05
CACR11 16,77% R$ 13,74
MFII11 18,94% R$ 11,86
KNHY11 12,97% R$ 11,05
HGLG11 4,33% R$ 11
KNUQ11 12,97% R$ 10,65
HABT11 2,19% R$ 10,26
TRXF11 2,55% R$ 10,04
RZAT11 17,85% R$ 9,85
KNCR11 10,91% R$ 9,83
JSAF11 5,65% R$ 9,82
TVRI11 8,61% R$ 9,67
HGCR11 5,51% R$ 9,55
VCJR11 3,81% R$ 9,4
Fonte: Economatica/*Dados do acumulado de 2024 até o pregão do dia 7 de outubro

Rentabilidade não é garantia de rentabilidade futura

A rentabilidade das cotas e o pagamento de proventos dos fundos imobiliários ao longo de 2024 chamam a atenção dos investidores que buscam bons rendimentos no mercado de renda variável em tempos de alta da Selic. Mas, antes de realizar qualquer modificação na carteira, é preciso avaliar a previsibilidade dos rendimentos dos fundos para os próximos meses com base no novo ciclo econômico.

André Oliveira, analista do BB Investimentos, explica que a dinâmica de uma política de aperto monetário costuma favorecer os fundos imobiliários voltados para o crédito privado. Ou seja, aqueles fundos que investem nos Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs). Já os fundos de tijolo que investem em imóveis físicos para a geração de renda tendem a ter dificuldades para entregar bons resultados ou não conseguem um desempenho similar aos FIIs de CRIs.

Por essa razão, o investidor precisa ser cauteloso ao incluir novos fundos no portfólio. “Nossa preferência segue nos FIIs com diversificação de ativos (CRIs ou Imóveis) em regiões consolidadas, boas garantias, pouco alavancados e com contratos que protegem o cotista de um cenário inflacionário”, diz Oliveira em relatório. Veja os fundos imobiliários mais recomendados nesta reportagem.

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