O nascimento de um filho é uma jornada repleta de desafios, e para muitos pais brasileiros, as questões financeiras estão no topo da lista de preocupações. À medida que os filhos crescem, suas necessidades também mudam, exigindo ajustes nos gastos familiares.
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De acordo com uma apuração do E-investidor, esses custos podem ser significativos em cada faixa etária, com o gasto total com um adolescente, dos 13 aos 18 anos, superando os R$ 95 mil.
A artesã Jovana Nogueira e o marido, o metalúrgico Fabiano Favero, vivenciaram essa realidade de perto. Durante a crise econômica de 2015, Jovana engravidou de sua terceira filha, Maitê. Com o setor de metalurgia profundamente afetado, o casal sentiu os efeitos da instabilidade financeira, especialmente no período da gravidez.
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“Estava nos nossos planos ter um filho, mas não estávamos tão preparados financeiramente. Tínhamos acabado de casar e depois de dois meses engravidei. Mas o grande problema foi o momento que o País estava vivendo. Durante a minha gestação as preocupações só aumentavam e o desemprego batia na porta”, relembra Jovana.
Esse cenário é familiar para muitas famílias brasileiras, que nem sempre conseguem planejar financeiramente a chegada de um filho. Entretanto, de acordo com Adriano Gomes, especialista em finanças pessoais, há hoje uma maior conscientização e organização por parte dos pais para garantir, ao menos, o acesso à saúde para seus filhos. “É muito comum os pais não terem plano de saúde, mas a criança sim. Tenho visto pessoas com menor poder aquisitivo se planejando para oferecer um plano de saúde aos filhos”, afirma.
Quais são os principais custos até os 2 anos?
O levantamento levou em consideração despesas básicas como alimentação, convênio médico, mensalidade escolar, fraldas e vacinas não disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS). As fases de desenvolvimento da criança foram divididas em cinco grupos etários, sendo uma das mais custosas a fase dos seis meses aos dois anos de idade.
Nessa etapa, a introdução alimentar marca o início de novos gastos, e para muitas famílias, o fim da licença maternidade. Muitas mães que retornam ao trabalho precisam recorrer a creches ou babás, o que eleva significativamente o orçamento.
Denise Schoeps, a doutora e chefe do departamento de pediatria da FMABC, reforça a questão da saúde nesse período: “Por serem muito pequenos, a imunidade das crianças ainda está em formação, o que resulta em mais gastos com medicamentos devido às infecções virais.”
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E na somatória desses gastos, o custo total para essa fase, que abrange dos 6 meses aos 2 anos de idade, chega a R$ 23.912,20. Esse valor inclui alimentação, fraldas descartáveis, plano de saúde e creche.
Além disso, o gasto básico de um filho até os 5 meses de vida gira em torno de R$ 2.509,86.
Colaborou: Gabrielly Bento.