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O que é o novo superciclo econômico dos Estados Unidos, e por que ele deverá ser caótico para quem investe

Os economistas preveem um cenário de inflação e incertezas para investidores e empresas

O que é o novo superciclo econômico dos Estados Unidos, e por que ele deverá ser caótico para quem investe
O que é o novo superciclo econômico dos Estados Unidos, e por que ele deverá ser caótico para quem investe Foto: Adobe Stock

Após anos de estagnação, a economia dos Estados Unidos está prestes a entrar em uma nova fase, marcada por maior crescimento, inflação e incertezas geopolíticas. Essa transformação, que os economistas chamam de “superciclo”, exigirá que investidores, empresas e governos se adaptem rapidamente a um cenário econômico em constante mutação.

Conforme afirma o portal Business Insider, a era de taxas de juros historicamente baixas e crescimento econômico lento, que se seguiu à crise financeira de 2008, está chegando ao fim. O novo superciclo, caracterizado por taxas de juros mais altas e maior volatilidade, é impulsionado por diversos fatores, como a recuperação econômica pós-pandemia, as tensões geopolíticas e a reestruturação das cadeias de suprimentos globais.

De acordo com economistas, uma era de crescimento e deflação chegou ao fim. Durante anos, a preocupação com a falta de exigência foi uma constante, conduzindo a políticas que mantiveram as taxas de juros em níveis historicamente baixos.

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Essas medidas, embora tenham incentivado comportamentos arriscados entre investidores e empresas, não obtiveram um grande crescimento. Foi apenas com o estímulo econômico causado pela pandemia que a economia norte-americana atingiu um ritmo mais acelerado, com tendência crescendo e o PIB ganhando força.

O novo ciclo econômico, no entanto, traz consigo novos desafios. Com as taxas de juros subindo, os investidores precisarão ser mais cautelosos em suas escolhas. A volatilidade geopolítica e o impacto econômico global tendem a criar um ambiente de inflação crescente, enquanto questões de segurança nacional influenciam decisões industriais e reorganizam cadeias de suprimentos.

As consequências dessa mudança são abrangentes:

  • Mercado de ações: A alta das taxas de juros pode pressionar as variações das empresas, mas também pode impulsionar setores menos sensíveis à taxa, como tecnologia e saúde.
  • Setor imobiliário: O aumento das taxas de juros tende a encarecer os financiamentos imobiliários, impactando o mercado de casas e apartamentos.
  • Empresas: As empresas precisarão se adaptar a um ambiente de maior custo de capital e maior competição. A inovação e a eficiência operacional serão cruciais para o sucesso.
  • Investidores: A busca por retornos em um cenário de maior incerteza exigirá uma diversificação maior das carteiras e uma gestão de riscos mais sofisticada.

Além disso, segundo a Business Insider, ao longo dos últimos ciclos, observou-se como a queda nas taxas de juros forçou os investidores a procurarem alternativas mais arriscadas. Isso impulsionou o crescimento das gigantes de tecnologia e startups. Porém, com o aumento das taxas de juros, o mercado deve passar por uma recalibração.

Os títulos do Tesouro dos EUA, antes considerados pouco interessantes, voltam a ser opções seguras, e os investidores globais estão redirecionando capital para os Estados Unidos, o que pode impactar outras economias, como a Europa e a China.

A taxa de juros neutra — aquela que equilibra o crescimento econômico sem provocar inflação — também está mais alta, acima dos níveis ideais almejados pelo Federal Reserve, o que explica o porquê da economia continuar a crescer, mesmo com o aperto.

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A entrada dos EUA em um novo superciclo terá implicações globais. A China, por exemplo, enfrenta uma bolha de dívidas no setor imobiliário, minando suas perspectivas de se tornar a maior economia do mundo. Na Europa, o crescimento continua a perder fôlego, e os investidores procuram os Estados Unidos como um porto seguro. Em um cenário de incertezas e instabilidades, a economia americana é vista como uma das mais resilientes e inovadoras.

Este novo ciclo econômico não será sem seus altos e baixos. As taxas de juros mais elevadas deverão tornar os empréstimos mais caros, forçando as empresas a serem mais criteriosas ao assumir dívidas. Ao mesmo tempo, consumidores e trabalhadores terão mais poder de negociação na medida em que o mercado de trabalho se fortaleça.

Em suma, o superciclo dos Estados Unidos que deve acontecer nos próximos anos trará desafios e oportunidades, e aqueles que conseguirem se adaptar poderão ficar em uma melhor posição e se destacar.

Colaborou: Gabrielly Bento.