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- O principal índice de ações da B3, o Ibovespa, registra uma desvalorização de 7,11% no acumulado do ano
- Olhando para o futuro, ainda é difícil prever quando o Ibovespa voltará a reagir - motivo pelo qual alguns analistas já começam a expandir os horizontes de análise
- Além disso, se dentro do índice já há papéis muito “amassados”, fora da seleção, entre as empresas de menor capitalização (small caps) da Bolsa, há cases com descontos ainda mais expressivos e grandes potenciais de retorno
O principal índice de ações da B3, o Ibovespa, registra uma desvalorização de 7,11% no acumulado do ano. Dos 86 papéis que compõem o indicador, 65 estão em baixa até a quinta-feira (25). Ou seja, mais de 75% dos ativos do Ibov tiveram resultados negativos desde janeiro.
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Esse desempenho pífio vem na esteira da perspectiva de juros altos por mais tempo nos Estados Unidos, o que acaba roubando atratividade da renda variável de países emergentes, como o Brasil. Ainda é difícil prever quando o Ibovespa voltará a reagir – motivo pelo qual alguns analistas já começam a expandir os horizontes de análise.
“Neste momento, é necessário pensar fora da caixa, procurar oportunidades fora do Ibov”, afirma Nilson Marcelo, analista quantitativo da CM Capital. Se dentro do índice já há papéis muito “amassados”, fora da seleção, entre as empresas de menor capitalização (small caps) da Bolsa há cases com descontos ainda mais expressivos e grandes potenciais de retorno.
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O E-Investidor selecionou as melhores recomendações de compra fora do Ibovespa, feitas por quatro casas de análise (Ágora, CM Capital, Nord Research e Toro).
Entre elas, a recomendação fora do Ibovespa com maior potencial de alta foi de Lavvi (LAVV3), cuja expectativa de retorno em 2024 é de 246%. Já o menor potencial de alta, de 9,72%, é apontado pelas ações da Santos Brasil (STBP3).
Saiba mais sobre cada tese de investimento:
Ágora Investimentos
Na carteira recomendada de small caps para abril, a Ágora Investimentos traz quatro recomendações: Ânima Educação (ANIM3), GPS (GGPS3), Santos Brasil (STBP3) e Simpar (SIMH3).
- Ânima Educação (ANIM3)
A tese é baseada nas boas perspectivas para o setor de educação na Bolsa. A casa espera um crescimento de mais de 100% do lucro do segmento em 2024 e uma forte geração de caixa, em um cenário benéfico, de juros em queda e inflação mais baixa.
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Entre as small caps do setor, a Ânima é a principal oportunidade - a empresa está com “múltiplos” descontados, ou seja, os papéis estão baratos em relação ao valor “justo” considerando os ativos da companhia. O preço-alvo é de R$ 8,50, ou seja, um potencial de alta de 147% em relação ao fechamento da última segunda-feira.
- GPS (GGPS3)
A GPS Empreendimentos e Participações (GGPS3) é líder de mercado na terceirização de serviços de manutenção, segurança, alimentação industrial e limpeza. A companhia pode se beneficiar da reforma tributária da folha de pagamento, que pode incentivar ainda mais a terceirização de serviços no Brasil.
Para a Ágora, as mudanças na folha poderiam aumentar o mercado endereçável para o Grupo GPS e gerar ganhos de até R$ 4,10 por ação. “Enquanto isso, do ponto de vista operacional, a empresa vem entregando crescimento trimestre a trimestre”, afirma a Ágora, em relatório. O preço-alvo para GGPS3 é R$ 24, um potencial de alta de 26,38% no ano.
- Santos Brasil (STBP3)
A Santos Brasil é a única companhia do País que presta serviços portuários com logística integrada, responsável por 18% de toda a movimentação de contêineres e cargas do Brasil. No balanço do 4º trimestre de 2023, a companhia lucrou R$ 225 milhões, alta de 66% em relação ao mesmo período do ano anterior e aumento de 34% da margem de lucro líquida.
“A Santos Brasil deverá entrar em um novo ciclo de renegociações contratuais em abril de 2025, o que poderá sustentar o crescimento do EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização)”, afirma a Ágora, em relatório sobre a carteira recomendada de small caps para abril. O preço-alvo para STBP3 é R$ 14, um potencial de alta de 9,72% em relação ao preço atual.
- Simpar (SIMH3)
A Simpar é uma holding que controla sete empresas. Entre elas, companhias listadas como as locadoras de veículos Movida (MOVI3), locadora de veículos, VAMOS (VAMO3), locadoras de caminhões, e a empresa de logística JSL (JSLG3). Até 2026, a Simpar focará na eficiência e na extração de valor desse ciclo de investimentos.
“Ainda assim, há muito espaço para crescimento e entendemos que as empresas da Simpar continuarão liderando a consolidação do mercado”, afirma a Ágora. O preço-alvo para SIMH3 é R$ 18, um potencial de alta de 189,4% em relação ao patamar atual.
CM Capital
A CM Capital aponta a Positivo (POSI3) como uma recomendação de compra fora do Ibovespa. A fabricante brasileira de computadores e celulares reportou um lucro líquido de R$ 192 milhões no 4º trimestre de 2023, alta de 40% em relação ao mesmo período de 2022. A receita líquida também avançou 28% no período, para R$ 1,6 bilhão.
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“A companhia comemora o sucesso da diversificação e ampliação geográfica, está em uma posição de crescimento e inovação”, afirma Nilson Marcelo, analista quantitativo da CM Capital. “Demonstrou habilidade em gerar caixa e melhorou sua alavancagem”, ressaltou. O preço-alvo para POSI3 é de R$ 12, potencial de alta de 24,22% em relação ao preço atual.
Nord Research
As duas principais recomendações de compra da Nord entre as empresas fora dos holofotes são GPS (GGPS3) e Mills (MILS3).
- GPS (GGPS3)
Assim como a Ágora Investimentos, a GPS Empreendimentos e Participações chamou a atenção da Nord Research por ser uma companhia com alavancagem baixa e rentabilidade alta. “É uma empresa que pode se beneficiar muito com as mudanças das MPs relacionadas à terceirização do trabalho”, diz Danielle Lopes, sócia e analista de ações da Nord Research.
A especialista não trabalha com preço-alvo, mas reafirma que é interessante comprar as ações até o patamar de R$ 20. Hoje, os papéis negociam a R$ 18,76.
- Mills (MILS3)
A Mills é uma empresa de plataformas elevatórias, com baixa alavancagem e que está entrando no segmento de “linha amarela”, como são chamadas as máquinas pesadas como retroescavadeiras e tratores. A empresa lucrou R$ 278,2 milhões em 2023, 28,5% a mais do que em 2022. “Está entrando em linha amarela e tem boas perspectivas para crescer”, diz Lopes, da Nord.
Toro Investimentos
Para a Toro Investimentos, os papéis da Lavvi (LAVV3) e Vivara (VIVA3) são duas grandes oportunidades fora do Ibovespa.
- Lavvi (LAVV3)
A Lavvi Empreendimentos Imobiliários é uma empresa do setor de construção civil, com foco na cidade de São Paulo e no público de alta renda - um público considerado menos sensível às oscilações econômicas. A companhia faz parte do Grupo Cyrela, também focado em alta renda.
“ A Lavvi também está entrando gradativamente no programa ‘Minha Casa, Minha Vida’, um segmento que pode ser interessante”, afirma Lucas Serra, analista da Toro Investimentos.
No 4º trimestre de 2023, a empresa lucrou R$ 88 milhões, um montante 88% superior ao registrado no mesmo período do ano anterior. “Em termos financeiros, a estrutura de capital dela é bem tranquila, sem alavancagem expressiva. É um papel que a gente acredita que podese valorizar a medida que os juros caiam”, diz Serra. O preço-alvo para LAVV3 é R$ 29,50, um potencial de alta 246% em relação ao patamar atual.
- Vivara (VIVA3)
A fabricante de joias Vivara também é uma das queridinhas da Toro Investimentos. O diferencial da tese é a força das marcas pertencentes à companhia junto ao público, capilaridade das lojas e força do e-commerce.
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“A Vivara consegue atacar públicos em diferentes segmentos de renda e faixas etárias. Enquanto a Vivara foca em um público com um pouco mais de renda e idade mais avançada, a Life by Vivara, por meio da linha de semi-joias, ataca públicos com idade menos elevadas e renda um pouco mais baixa”, diz Serra.
O analista reforça que recentemente a companhia sofreu um desconto forte nos preços após a notícia de que o fundador, Nelson Kaufman, afastado da administração há mais de uma década, voltaria para o cargo de CEO. O mercado reagiu negativamente à notícia, temendo que a atual estratégia da companhia, que é bem vista pelos investidores, fosse modificada. Com a queda dos papéis, a alteração não foi efetivada.
O antigo CFO, Otavio Lyra, assumiu a presidência da companhia, enquanto Kaufman assumiu a presidência do Conselho.
“A gente continua acreditando que se o núcleo operacional da Vivara se mantiver da forma que está hoje, com a operação verticalizada depois da inauguração de um novo parque fabril, a empresa pode gerar valor para os seus acionistas”, ressalta Serra.
O preço-alvo da Toro para VIVA3 é R$ 40,70, um potencial de alta de 81,21% em relação ao patamar atual.
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