O IFIX atingiu nesta terça-feira (23) o menor patamar desde dezembro de 2023 após encerrar o dia com uma desvalorização de 0,28%, aos 3.208,92 pontos. Com esse fraco desempenho, o índice que reúne os principais fundos imobiliários da B3 registra uma queda de 2,94% no acumulado mensal. Se não houver uma recuperação até o próximo dia 31, o IFIX corre o risco de encerrar outubro com a pior performance desde agosto de 2021, segundo dados da Elos Ayta.
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A explicação por trás desse pessimismo na indústria de fundos imobiliários tem relação com a atual trajetória das taxas de juros no Brasil. No início do ano, a expectativa dos investidores era de uma continuidade do ciclo de queda da Selic ao longo do ano, o que favoreceu o apetite a risco dos investidors. Na época, as projeções apontavam para uma taxa básica de juros a 9,5% para dezembro de 2024. Ou seja, o ambiente econômico parecia ser mais favorável para o setor imobiliário.
No entanto, as perspectivas mudaram com o ceticismo do mercado sobre a capacidade do governo em cumrprir com as metas fiscais do País. A situação das contas públicas obrigou os membros do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), a rever a trajetória da política monetária. Em julho, o Comitê decidiu dar uma pausa no ciclo de queda da Selic que vinha acontecendo desde de 2023. Logo em seguida, no mês de setembro, o Copom elevou a Selic para 10,75% ao ano.
“Essa mudança brusca resultou em um primeiro semestre positivo que foi seguido por uma forte reversão dos valores que se intensificou em agosto”, afirmou Leonardo Garcia, analista de fundos imobiliários do Trix. Até o fim do ano, a tendência é que o cenário continue o mesmo. Segundo as projeções mais recentes do boletim Focus, a taxa básica de juros deve sofrer uma elevação de um ponto porcentual até dezembro. Caso as projeções se concretizem, a desvalorização do IFIX que já acumula em 2024 uma perda de 3,13% pode alcançar um patamar ainda pior.
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