

As taxas de juros estão em alta e certamente você tem visto todos os dias os analistas falando sobre juros futuros e prêmio de risco. São conceitos estruturais na economia e impactam diretamente a rentabilidade dos produtos nos quais você investe.
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As taxas de juros estão em alta e certamente você tem visto todos os dias os analistas falando sobre juros futuros e prêmio de risco. São conceitos estruturais na economia e impactam diretamente a rentabilidade dos produtos nos quais você investe.
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Compreender o racional das projeções de juros e inflação pode te ajudar a identificar o que são oportunidades genuínas na plataforma de produtos em sua corretora de investimentos. Afinal, que atire a primeira calculadora quem nunca teve dúvidas do tipo: o momento é para investir em renda fixa ou variável? Esse Certificado de Depósito Bancário (CDB) prefixado é vantajoso? Investir em títulos prefixados ou indexados ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)?
Para tomar decisões consistentes, é relevante que você compreenda como a curva de juros e o prêmio de risco impactam suas escolhas.
A curva de juros é um gráfico que mostra as expectativas do mercado financeiro em relação à taxa de juros em diferentes prazos. Ela reflete as previsões sobre a taxa básica de juros da economia (taxa Selic), para os próximos meses e anos.
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Basicamente, a curva de juros nos diz como o mercado espera que a Selic se comporte ao longo do tempo. A ponta curta da curva reflete as expectativas de juros para o curto prazo, enquanto a ponta longa indica as previsões para o longo prazo.
Por exemplo, se a curva de juros mostra que as taxas para contratos com vencimento em 5 anos estão em 10%, isso significa que o mercado acredita que a Selic média nesse período será de 10%.
A curva de juros leva em conta diferentes vencimentos dos contratos DI (juros pagos pelos bancos em transações entre si) e influencia diretamente os preços de títulos públicos, debêntures, CDBs, entre outros. Assim, analisando as taxas para diferentes prazos, é possível entender as expectativas do mercado para a trajetória dos juros na economia e também o grau de confiança dos investidores.
A curva de juros define o retorno de diversos tipos de investimentos. Quando ela está inclinada para cima (taxas futuras maiores que as atuais), o mercado prevê aumento na taxa de juros. Isso geralmente ocorre em cenários de incerteza, como expectativa de inflação alta ou políticas fiscais instáveis, que é exatamente o que está ocorrendo atualmente em nossa economia.
O prêmio de risco é a compensação exigida pelos investidores por assumirem o risco de que a taxa de juros real no futuro seja diferente da esperada. Ele reflete a incerteza em relação a eventos futuros que podem impactar a economia. A presença de um prêmio de risco variável no tempo nas taxas futuras de juros distorce as previsões, dificultando a separação entre expectativas e prêmio.
A tendência ascendente do prêmio de risco que vimos observando atualmente no Brasil sinaliza o grau de incerteza do mercado, especialmente quanto à questão fiscal e a capacidade da equipe econômica do governo em equacioná-la de acordo com as reais necessidades do País.
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Para o pequeno investidor, a expectativa de aumento de juros pode significar que investir em títulos prefixados – cuja taxa de juros é definida no momento da compra – pode ser arriscado, já que o retorno pode acabar sendo menor do que a taxa de juros vigente no futuro. Por outro lado, em um cenário de queda de juros, investir em títulos prefixados pode ser vantajoso, garantindo uma rentabilidade acima da taxa futura.
O Boletim Focus é uma publicação do Banco Central do Brasil que reúne as expectativas de diversos agentes do mercado financeiro sobre indicadores econômicos importantes, como a meta da taxa Selic e a inflação mensal – medida pelo Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) e pelo IPCA – em datas específicas no futuro. Sendo uma publicação semanal, suas previsões se mostram mais precisas para prazos mais curtos.
O mercado futuro é o ambiente onde são negociados contratos derivativos, como os swaps, que permitem aos investidores se protegerem de oscilações nos preços de ativos ou especularem sobre as tendências futuras do mercado. A diferença em relação ao Focus, é que o mercado futuro prevê as taxas médias acumuladas do Certificado de Depósito Interbancário (CDI, parâmetro de rentabilidade nos investimentos) e a inflação até uma data futura, em vez de focar em valores específicos em datas predeterminadas. Sendo assim, suas previsões tendem a apresentar maior capacidade preditiva no longo prazo.
Tanto o Boletim Focus quanto o mercado futuro fornecem informações relevantes para a previsão de inflação e juros. Para saber o que levar em conta ao escolher um produto financeiro, a primeira coisa que você precisa saber, além de sua tolerância pessoal ao risco, é seu objetivo para cada valor que estiver alocando, pois isso define o prazo do investimento e a sua expectativa de rentabilidade.
De posse dessa definição, é hora de buscar ativos que estejam em linha e, para tal, acompanhar as análises e projeções de instituições financeiras e do Banco Central sobre o cenário econômico vai facilitar muito na escolha desses ativos de forma estratégica, pois você saberá qual o prêmio de risco mínimo que está disposto a aceitar.
A definição de prêmio de risco, apesar de certa subjetividade, não é aleatória. Ele sofre influência de uma série de fatores macroeconômicos. Acompanhar os principais indicadores pode ajudá-lo a entender melhor o contexto por trás das variações de risco e, se necessário, ajustar suas estratégias de investimento.
A melhor forma de acompanhar informações ocorre via fontes oficiais de instituições confiáveis, como IBGE, Banco Central, Tesouro Nacional, FGV, B3, sites de veículos de economia e plataformas de investimento.
Muito cuidado com as análises de influencers de finanças. Apesar de termos gente muito séria e competente atuando nesse segmento, infelizmente temos também aqueles que por mero desconhecimento ou conflito de interesses podem induzi-lo a erros. Então, se for seguir recomendações de investimento que pipocam na internet, lembre-se que somente analistas CNPI são autorizados a fazê-las, pois estudamos para isso e somos credenciados e fiscalizados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
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