- Valor do ouro subiu 41,38% em 2020 até o fechamento desta segunda-feira (13)
- Diretor da Ágora Investimentos explica que, além da valorização, baixas taxas de juros e possível inflação aumentaram atratividade do ativo
- Para compra, há duas opções de contrato de ouro na Bolsa: 10 gramas, por R$ 2,8 mil, ou 250 gramas, por R$ 70 mil
Com as ações da bolsa de valores brasileira despencando em 2020 devido à crise do coronavírus, muitos investidores passaram a buscar alternativas à renda variável para diversificar suas carteiras. Em entrevista ao E-Investidor, Luís Claudio Pereira, diretor da Ágora Investimentos, indicou uma boa opção para trazer mais segurança e solidez ao patrimônio: o ouro. Atrelado ao dólar, o valor do metal subiu 41,38% só neste ano até o fechamento desta segunda-feira (13) – mais do que a própria moeda americana, que ficou 29,19% mais cara frente ao real no mesmo período.
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O diretor da Ágora explica que, além da valorização, dois motivos para a maior atratividade do ouro neste momento de crise são a redução das taxas de juros em todo o mundo e os possíveis efeitos inflacionários por políticas fiscais que vêm sendo implementadas para minimizar o impacto socioeconômico da pandemia. “Muita gente está comprando neste ano”, diz Pereira.
Somente em abril, o ouro já valorizou 8,56%. Em 12 meses, a alta foi de 79,87%. Para efeito de comparação, o Ibovespa caiu 15,12% de um ano para cá. Só em 2020, o principal índice da Bolsa desvalorizou 31,83%.
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Ele ressalta que não há restrições para adquirir o ativo. Basta se cadastrar em uma corretora e escolher entre as duas opções de contrato do ouro na Bolsa: 10 ou 250 gramas. Atualmente, o primeiro custa aproximadamente R$ 2,8 mil e o segundo, R$ 70 mil.
Pereira lembra que até existe a possibilidade de compra de um minicontrato de 0,225 grama por R$ 63. Mas como tem taxa de custódia cara e pouca liquidez, o minicontrato acaba nem sendo visto como uma opção.
Confira abaixo os trechos mais importantes da entrevista com Luís Claudio Pereira, diretor da Ágora Investimentos:
E-Investidor – Com a queda do otimismo na Bolsa e as baixas taxas de juros, o ouro se tornou bom investimento para diversificação?
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Luís Claudio Pereira – É um ativo descorrelacionado à renda variável e seu valor é atrelado ao dólar. A redução da taxa de juros e a possível inflação para sustentar políticas fiscais fazem o ouro se tornar nova opção de investimento. Muitos desconhecem a forma de investir em ouro, acham que precisa comprar barras. Mas na verdade é um ativo como qualquer outro, também está sujeito à variação de mercado.
E-Investidor – Todos podem comprar ouro? Como é o procedimento?
Luís Claudio Pereira – Sim, basta se cadastrar em uma corretora e comprar. A Ágora faz a operação para o investidor. Tudo pela internet.
E-Investidor – Então, é um ativo recomendado a todos os investidores?
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Luís Claudio Pereira – É importante primeiro sempre entender o perfil de cada investidor, vendo se é moderado, conservador ou o que for para identificar a disposição que ele tem para o ativo na carteira. Mas hoje é uma boa opção para diversificar com renda fixa e variável. É uma alternativa para se blindar.
E-Investidor – Quanto o investidor precisará investir para ter o ativo na carteira?
Luís Claudio Pereira – Na Bolsa, o mínimo é um contrato da modalidade de 10 gramas, de aproximadamente R$ 2,8 mil. O preço da grama está girando em torno de R$ 280. São duas opções, de 10g e 250g. As duas dão mais liquidez e estão tendo procura da Bolsa. Até existe um minicontrato, de 0,225g por R$ 63, mas não tem muita liquidez. A taxa de custódia é cara. Esse nem tem procura.
E-Investidor – Por que o ativo valorizou tanto nos últimos meses?
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Luís Claudio Pereira – O ouro tem correlação com o dólar. Então, a oscilação é baseada na variação da moeda americana. A Ágora, assim como os especialistas em investimentos, disponibiliza todas as informações sobre preço e cotação do ouro aos clientes.
E-Investidor – Qual é a tributação sobre o ativo?
Luís Claudio Pereira – A tributação é de 15%, a mesma da renda variável.