- Pesquisa Raio-X FipeZAP revela que a participação de interessados em adquirir imóveis para investimento para 41%
- A percepção do comprador é a de que os preços estão “altos ou muito altos”
- Percentual de transações com desconto caiu, fechando setembro em 67%, com o desconto médio recuando de 8% para 7%
O brasileiro está mais cauteloso ao considerar o imóvel como uma opção de investimento, tradicionalmente vista como segura. A Pesquisa Raio-X FipeZAP, feita com compradores em portais do setor, revela que a participação de interessados em adquirir imóveis para investimento caiu de 49% para 41% entre o segundo e o terceiro trimestre deste ano.
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Quando a análise leva em consideração os dados dos últimos 12 meses, observa-se uma tendência de queda gradual na participação de investidores no mercado imobiliário, desde o pico registrado em em janeiro. As transações classificadas como investimento fecharam setembro em 45%, contra 50% de janeiro.
Neste período, o Banco Central interrompeu o ciclo de cortes de juros em 10,5% ao ano e iniciou uma nova rodada de alta da Selic, hoje em 11,25% ao ano.
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Por outro lado, entre aqueles que optaram por investir em imóveis, o aluguel surge como o principal objetivo, com 66% dos investidores considerando a renda de locação a principal forma de retorno sobre o capital investido. Os demais 34% apostam na valorização futura do imóvel como estratégia de ganho.
No longo prazo (próximos 10 anos), 30% dos respondentes projetam valorização dos imóveis acima da inflação, 33% esperam variação em linha com a inflação e 11% indicam valorização abaixo.
Sonho mais distante
Apesar de a intenção de compra de imóveis crescer, 42% no terceiro trimestre de 2024 – o maior índice em quase dois anos –, os brasileiros ainda têm dificuldades para concretizar o sonho da casa própria.
A percepção de que os preços estão elevados se mantém, com 72% dos respondentes considerando os valores “altos ou muito altos”, uma visão que permanece estável em relação ao ano anterior.
Essa resistência é reforçada pelas expectativas para o futuro: 40% das pessoas entrevistadas acreditam que os preços dos imóveis continuarão a subir em 2025.
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Assim, a compra de um imóvel continua a ser um desafio para a classe média, como destacado neste texto do E-Investidor.
Mercado não está para desconto
Outro fator que indica uma dificuldade para a aquisição do imóvel é o menor espaço para pechincha. O percentual de transações com desconto caiu, fechando setembro de 2024 em 67%, com o desconto médio recuando de 8% para 7% entre janeiro e setembro.
Com a possibilidade de negociar preços mais acessíveis, os imóveis usados seguem na preferência de 70% dos compradores no terceiro trimestre. Entre os potenciais compradores, a opinião se divide, com 46% demonstrando preferência pelos usados, e outros 46% se mostram indiferentes.
A Pesquisa Raio-X FipeZAP foi realizada entre 10 e 31 de outubro e ouviu 873 usuários dos portais ZAP e Viva Real, focando em três perfis: compradores recentes, potenciais compradores e proprietários de imóveis.
A maioria dos respondentes da pesquisa sobre imóveis é masculina (55%) e com idade acima de 41 anos (78%), enquanto 61% possuem renda domiciliar mensal de até R$ 10.000. Por ser baseada em usuários de portais, a pesquisa pode não representar integralmente o mercado imobiliário brasileiro.