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Tenho um cachorro, vou precisar pagar imposto por ele?

O debate levanta questões sobre custos, saúde pública e infraestrutura para animais de estimação

Tenho um cachorro, vou precisar pagar imposto por ele?
Tenho um cachorro, vou precisar pagar imposto por ele? Foto: Adobe Stock

Para muitos brasileiros, os animais de estimação são membros da família. Mas em alguns países, ter um pet, especialmente um cachorro, pode envolver custos além da alimentação, dos cuidados veterinários e dos acessórios: o pagamento de impostos. Embora o assunto não seja uma realidade no Brasil, em muitos países já é uma prática.

Tributação em outros países

Em cidades como Berlim, na Alemanha, os donos de cães pagam uma taxa anual de 120 euros por animal, o equivalente a cerca de R$ 740. A soma aumenta para 180 euros (R$ 1.100) para cada cachorro adicional. A situação fica ainda mais cara para proprietários de raças consideradas perigosas, cujas taxas podem chegar a 600 euros (aproximadamente R$ 3.700) por ano.

Os custos não param por aí. Em muitos locais, é obrigatório registrar os animais com chips de identificação, cujo custo inicial é de 17,50 euros (R$ 108). O descumprimento dessas regras pode gerar multas, que ultrapassam 10 mil euros (aproximadamente R$ 62 mil).

Vale mencionar que gatos geralmente ficam fora da tributação. Isso porque demandam menos recursos e controle em comparação aos cães.

Por que o imposto sobre pets existe?

O argumento principal para a tributação é a saúde pública. Os recursos arrecadados ajudam a financiar programas de controle e limpeza urbana relacionados aos animais, como a instalação de lixeiras para coleta de fezes, campanhas de conscientização e treinamentos para donos. A ideia é que esses impostos promovam uma convivência mais harmônica entre pessoas, animais e o ambiente urbano.

E no Brasil?

No Brasil, o assunto é controverso. Em entrevista à Empresa Brasil de Comunicação (EBC), o advogado especialista em direito animal Yuri Fernandes Lima explicou que, para justificar a cobrança de um imposto sobre animais de estimação, o estado precisaria oferecer uma contraprestação significativa.

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“Se a gente tivesse esse imposto aqui o estado teria que dar ao cidadão, por exemplo, hospitais públicos veterinários, que a gente tem em poucas cidades do país, né, a maioria dos municípios não têm assistência pública aos animais” afirma Lima.

Ele destaca que, antes de discutir tributação, é necessário resolver outras questões estruturais no Brasil. “Eu acho que a gente precisa trabalhar outras questões ainda no Brasil para futuramente quem sabe a gente poder ter esse imposto, mas hoje eu acho que isso seria bem ruim, na verdade”, conclui o advogado.

Colaborou: Gabrielly Bento.