O Tivio Renda Imobiliária (TVRI11) se movimenta para modificar sua estratégia de investimentos. Os gestores do fundo imobiliário convocaram uma assembleia geral para aprovar as propostas de mudanças e taxas cobradas pelo fundo. O TVRI11 nasceu em 2012 como BB Progressivo II (BBPO11) com um portfólio voltado para alocar imóveis para o Banco do Brasil (BBAS3). O objetivo da gestão hoje é ampliar a exposição do patrimônio do Tivio Renda Imobiliária em ativos de renda urbana.
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Como mostramos nesta reportagem, os fundos imobiliários de renda urbana investem em imóveis físicos, situados nos centros urbanos, para diversas atividades econômicas, como agências bancárias, farmácias, clínicas ou supermercados. A vantagem para o investidor ao estar posicionado nesses FIIs é que os portfólios ficam expostos a diversos segmentos econômicos, alguns entre os mais resilientes, como saúde e alimentação. Esse novo foco do fundo de investimento imobiliário sofreu influência da evolução de algumas empresas que atuam nesses setores.
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Uma análise da Tivio Capital, realizada em julho deste ano, mostra que a Raia Drogasil (RADL3), por exemplo, apresentou um crescimento anual composto de 11% em número de lojas diante da forte expansão do número de farmácias entre os anos de 2016 e 2023. Ao olhar para o atacarejo, as lojas desse segmento do grupo Carrefour (CFRB3) apresentam uma taxa de crescimento anual de 15% entre 2016 e 2023. O Assaí (ASAI3), que atua no mesmo nicho, também apresentou uma evolução de 16% ao ano durante o período. Em resumo, os números mostram que a aposta nesses segmentos pode aumentar a rentabilidade do TVRI11 no médio prazo.
“Essa estratégia possibilita uma diversificação nacional em regiões que também estão crescendo (além de São Paulo e Rio de Janeiro). Isso dá mais resiliência para o portfólio. Os valores dos aluguéis também são mais baixos e isso facilita a reciclagem do portfólio”, diz Adriano Mantesso, head de real estate da Tivio Capital, em entrevista ao E-Investidor. Ou seja, a convocação da Assembleia Geral visa aprovar medidas para alcançar esse objetivo. As propostas de uma nova estratégia e política de investimento consistem na alteração da definição de “ativo alvo” e atualização do objetivo do fundo, assim como na sua política de investimento.
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Há ainda a inclusão de previsão sobre capital autorizado no valor de R$ 10 bilhões e a aprovação da aquisição de ativos, como cotas de FIIs, Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) e ativos financeiros, em situação de potencial conflito de interesse, mas que atendem a determinados critérios de elegibilidade. As alterações visam o crescimento do TVRI11, aumento da sua liquidez, expandir a diversificação do seu portfólio, destravar ganhos com a venda de ativos e maximizar valor nas negociações de aluguel.
Os gestores também pretendem com a assembleia geral aprovar mudanças relacionadas aos custos do fundo. A ideia é que a taxa de administração seja de 0,10% ao ano, ajustado anualmente pela variação do IPCA, e que a taxa de gestão fique em torno de 0,50% ao ano. O custo dessas mudanças passaria de 0,277% para 0,60% ao ano. “Hoje, todos os nossos contratos são típicos. Ou seja, o cliente pode sair a qualquer momento. Isso exige uma gestão ativa do portfólio”, acrescenta Mantesso. Além disso, os gestores buscam adequar a Tivio Renda Imobiliária às regras da Resolução CVM 175.
O resultado da votação sobre as propostas será divulgado no próximo dia 13 de dezembro. No acumulado do ano, as cotas do Tivio Renda Imobiliária (TVRI11) apresentam uma valorização de 4,64% no acumulado do ano, enquanto o IFIX – índice que reúne os FIIs mais negociados da B3 – opera com perdas de 3,75%.
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