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JP rebaixa B3 e coloca outro país latino como rota preferencial de investimentos; descubra qual

Além disso, a XP mostra que investidores estrangeiros estão cautelosos com o Brasil

JP rebaixa B3 e coloca outro país latino como rota preferencial de investimentos; descubra qual
(Foto: Adobe Stock)

O JPMorgan rebaixou a recomendação para as ações da B3 no Brasil de overweight (equivalente a compra) para neutra, citando como justificativa para a decisão a expectativa de novas altas da Selic e de desaceleração econômica da China, bem como a ausência de fatores que possam despertar o otimismo dos investidores no curto prazo. O banco, porém, passou a recomendar a compra das ações do México, onde enxerga um cenário mais favorável.

Em relatório, o JPMorgan diz esperar uma desaceleração leve no crescimento da economia dos Estados Unidos (de 2,8% em 2024 para 2,2% em 2025), enquanto na China a perda de ímpeto será mais intensa (de 4,8% para 3,9%).

“O bom crescimento nos Estados Unidos continua impulsionando os consumidores do México via remessas, ao mesmo tempo em que o peso mexicano fraco aumenta o poder de compra destes dólares. Além disso, há uma correlação bem alta entre a atividade industrial mexicana e a dos Estados Unidos. Por outro lado, o crescimento mais lento da China pode ter impactos no Brasil por meio de preços mais baixos para commodities, ao mesmo tempo em que pode diminuir os fluxos para emergentes.”

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A situação pode ser um pouco melhor para o Brasil, diz o JPMorgan, se a China decidir retaliar o esperado aumento de tarifas de importação nos Estados Unidos com uma troca de fornecedores, preferindo o Brasil para a compra de produtos que hoje importa também dos norte-americanos, como carne, soja, milho, entre outros.

O banco também diz que, no México, o governo merece o “benefício da dúvida” em relação aos planos para a redução do déficit fiscal e a outras medidas, enquanto no Brasil o que se vê é “mais do mesmo”.

“Durante os últimos dois anos o mercado tem rompantes de preocupação sobre o fiscal, aí o governo faz alguma coisa para amenizar a dor até que outra manchete atinja o fiscal novamente e outra coisa precise acontecer”, afirma o relatório, acrescentando que no momento seria “ambicioso demais” esperar que as medidas de corte de gastos que serão anunciadas pelo governo façam mudanças capazes de estabilizar a dívida.

O JPMorgan avalia ainda que, embora os preços das ações estejam atraentes tanto no México quanto no Brasil, no mercado mexicano o desconto na relação preço-lucro é maior em relação à média histórica e a carteira de referência é mais defensiva, com participação elevada de empresas de produtos essenciais.

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No mercado brasileiro, o banco prefere os segmentos de prestação de serviços públicos (Eletrobras e Sabesp), financeira (Itaú Unibanco, Porto Seguro, Stone e Nu) e produtos essenciais (RD e JBS). “Estamos underweight (recomendação equivalente à venda) em commodities, mas ainda gostamos de Suzano”.

No relatório, o banco pondera que a situação em relação ao Brasil pode mudar em caso de uma “bazuca fiscal” da China e de um aumento nos preços das commodities.

Investidores estrangeiros estão cautelosos com Brasil

Para a XP, investidores na Europa e nos EUA ainda estão cautelosos com os riscos fiscais no Brasil e o potencial resultado das próximas eleições presidenciais, embora as avaliações pareçam refletir a materialização de um cenário pessimista em vez de um otimista para os setores de mineração e siderurgia, papel e celulose e bens de capital domésticos.

Em relatório, os analistas Lucas Laghi, Guilherme Nippes e Fernanda Urbano dizem notar uma postura de “esperar para ver” dos investidores estrangeiros em relação ao Brasil. “Ao contrário da nossa última rodada de reuniões em junho, a Weg não é mais um consenso, com vários investidores preocupados com o valuation (valor do ativo), acreditando que ela já precificou o crescimento de lucros futuros impulsionado por treinamento e desenvolvimento”, escrevem no documento.

Já em relação à Embraer, os profissionais afirmam que, enquanto muitos veem os múltiplos atuais como justos, um fluxo contínuo de notícias sobre novos pedidos permanece como um risco de alta para as ações. “No lado das commodities, a Suzano parece ser o único nome com uma visão consensual otimista, respaldada por valuation descontado e uma assimetria em relação aos preços da celulose, enquanto uma visão negativa sobre a China limitou o otimismo em relação à Vale (VALE3)”, destacam.

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A XP diz ainda que a Gerdau é vista como um potencial nome entre os produtores de aço, beneficiada pela eleição de Trump nos EUA e menos impactada pelos altos níveis de importação no Brasil. Dito isso, a demanda estrutural na América do Norte e os níveis de rentabilidade permanecem como as principais incógnitas para os investidores.

O instituição ressalta que o interesse em Marcopolo aumentou, seguindo a melhora na liquidez das ações. No entanto, sua capitalização de mercado de aproximadamente R$ 10 bilhões parece não ser grande o suficiente para fundos maiores focados em mercados emergentes, enquanto alguns acreditam que a recente alta das ações no B3 já reflete o sólido momento de resultados.

* Com informações do Broadcast