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Selic a 12,25%: renda fixa não é suficiente para fortalecer a carteira; para onde olhar?

Veja estratégias para proteger a carteira com renda fixa, ativos dolarizados e diversificação

Selic a 12,25%: renda fixa não é suficiente para fortalecer a carteira; para onde olhar?
Diversificação permite exposição a setores-chave da economia, como infraestrutura, energia, indústria e outros setores. Foto: AdobeStock
O que este conteúdo fez por você?
  • Títulos pós-fixados são indispensáveis, pois acompanham a alta da Selic com segurança e liquidez
  • Exposição a ativos dolarizados é sempre uma boa estratégia para proteger o portfólio de incertezas de emergentes
  • Criptoativos diversificam e podem reduzir riscos das carteiras, apesar da grande volatilidade

Os juros elevados reforçam o papel da renda fixa como pilar defensivo numa carteira de investimentos. O Comitê de política Monetária do“Banco Central (Copom) elevou a taxa básica da economia para 12,25% ao ano na quarta (11). “Neste contexto, títulos pós-fixados são indispensáveis, pois acompanham a alta da Selic e oferecem segurança e liquidez. Já as NTN-Bs (títulos do Tesouro IPCA+) protegem o poder de compra contra a inflação”, diz ara Rafael Sueishi, head de renda fixa da Manchester Investimentos.

Prefixados podem ser considerados, mas com cautela, adverte o especialista, pois o investidor precisa aguardar sinais mais claros de estabilização ou queda dos juros, cenário ainda improvável entre os analistas.

Juros em alta exigem estratégia defensiva e setores resilientes para proteger carteira (link para a principal)

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Dentro do universo de renda fixa, os títulos públicos aparecem como as opções mais seguras e com melhor liquidez, e, por isso, dão os menores retornos. Emissões bancárias, como CDBs (Certificados de Depósitos Bancários), LCIs e LCAs (letras de crédito imobiliário e do agronegócio), oferecem taxas mais atrativas, a segurança do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) e, em alguns casos, até isenção de Imposto de Renda, mas com liquidez limitada. Debêntures, CRIs e CRAs (Certificados de Recebíveis Imobiliários e do Agronegócio) oferecem diversificação e alta rentabilidade, mas exigem atenção ao risco de crédito e liquidez.

O especialista em educação financeira, Guilherme Almeida, da Suno, diz que as debêntures –  títulos corporativos -, têm uma vantagem a mais na renda fixa, pois  apresentam rentabilidade ainda mais elevada, justamente porque carregam um maior risco.

Além disso, existem as debêntures incentivadas, que são isentas de IR para a pessoa física. “Outra vantagem seria a diversificação, porque permite exposição a setores-chave da economia, como infraestrutura, energia, indústria. São opções para que o investidor diversifique a composição do seu portfólio”, diz Almeida.

Diversificação é essencial na incerteza’, diz Sueshi. “Títulos pós-fixados trazem segurança e baixa volatilidade, acompanhando a Selic. Já os atrelados à inflação protegem o poder de compra, formando uma base sólida para a carteira.”

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Para reduzir a volatilidade do portifólio sem sacrificar o rendimento, é importante priorizar renda fixa pós-fixada, que ajuda a estabilizar o portfólio. Complementar com uma parcela menor em títulos indexados à inflação pode aumentar o retorno, embora acrescente leve volatilidade.

Além disso, incluir ativos diversificados, como ações (locais e globais), commodities e criptoativos, é uma estratégia eficaz para mitigar riscos e melhorar os ganhos esperados. O foco deve ser a construção de um portfólio descorrelacionado, garantindo diversificação e resiliência em diferentes cenários econômicos, defende Eduardo Rahal analista chefe da Levante Inside Corp.

Exposição a ativos dolarizados

Embora os índices acionários como S&P 500, Dow Jones e Nasdaq continuem renovando recordes, trazendo dúvidas sobre até onde o mercado norte-americano pode ir, não dá para deixar de pensar nos Estados Unidos.

Guilherme Almeida, especialista em educação financeira da Suno, lembra que a exposição a ativos dolarizados é sempre uma boa estratégia para proteger o portfólio de incertezas de países emergentes, como o Brasil. “O dólar, como ativo de refúgio, historicamente se valoriza em momentos de crise econômica, política ou geopolítica”, lembra. Isso faz com que ações norte-americanas, REITs (Real Estate Investment Trusts), ETFs (Exchange Traded Fund), e até mesmo empresas exportadoras com receitas em dólar, sejam opções atrativas.

Esses ativos oferecem proteção e, em muitos casos, têm correlação negativa com o mercado brasileiro. “Assim, quando o dólar sobe devido a incertezas locais, o investidor consegue equilibrar sua carteira, reduzindo a volatilidade e tornando-a mais resiliente”, lembra.

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A escolha entre REITs, ações ou ETFs depende do perfil do investidor. REITs, embora pareçam semelhantes a fundos imobiliários, têm características corporativas, oferecem exposição ao mercado imobiliário norte-americano, rendimentos periódicos e baixa correlação com ações.

“Já ações individuais, mesmo com o S&P 500 em máximas históricas, ainda apresentam oportunidades interessantes para quem busca diversificação”, comenta Almeida.

ETFs, por sua vez, simplificam o investimento com gestão profissional e exposição a índices variados. Independentemente do ativo escolhido, diversificar geograficamente e dolarizar a carteira em alguma medida é sempre uma decisão positiva, trazendo proteção e equilíbrio ao portfólio.

Criptoativos: volatilidade contra volatilidade funciona?

Eduardo Rahal analista chefe da Levante Inside Corp conta que os criptoativos, como o bitcoin, podem diversificar e reduzir riscos em carteiras, apesar da grande volatilidade.

Ele cita um estudo da Hashdex mostrando que 2,5% de bitcoin em uma carteira com 80% em fundos CDI e 20% em ações reduziu a volatilidade anualizada de 4,92% para 3,92%. No entanto, sua alta oscilação e correlação com índices americanos limitam a alocação recomendada entre 1% e 5% do portfólio, dependendo do perfil do investidor, observa.

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