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Dólar hoje fecha abaixo de R$ 6 pela 1ª vez no mês

Informação de que o presidente Lula passará por nova cirurgia também mexeu com o mercado à tarde

Dólar hoje fecha abaixo de R$ 6 pela 1ª vez no mês
Notas de dólar americano. Foto: Adobe Stock

dólar hoje fechou em queda, abaixo do patamar de R$ 6 – algo não visto desde o dia 28 de novembro, quando a moeda americana finalizou a sessão a R$ 5,9895. A divisa encerrou esta quarta-feira (11) em baixa de 1,53% cotada a R$ 5,9557, depois de oscilar entre máxima a R$ 6,0737 e mínima a R$ 5,9537 durante o pregão.

No exterior, a moeda dos EUA seguiu um caminho diferente e operou no campo positivo. O índice DYX, termômetro do comportamento do dólar em relação a seis moedas fortes (euro, iene japonês, libra esterlina, dólar canadense, coroa sueca e franco suíço), exibia ganhos de 0,27% ao final da tarde desta quarta-feira, aos 106,684 pontos.

Por aqui, o mercado aguarda a decisão de juros do Comitê de Política Monetária (Copom), que será divulgada no começo da noite. Como mostramos nesta reportagem, investidores se dividem entre os que acreditam que a taxa Selic será elevada em 0,75 ponto percentual e aqueles que veem a necessidade de um aperto maior, de 1 ponto percentual.

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Pedro Caldeira, sócio da One Investimentos, comenta que, ao final do pregão desta quarta-feira, o dólar acentuou o movimento de queda, enquanto o Ibovespa, principal índice de ações brasileiro, renovou máxima a 130.898,89 pontos, avançando mais de 1,4% à tarde. “Acho que esse movimento representa um otimismo do mercado com um aumento de 1 ponto percentual na Selic nesta reunião. Então, penso que é um viés mais positivo nesse momento dos investidores”, afirma.

O movimento de queda do dólar e acentuação dos ganhos do Ibovespa também coincidiu com a informação que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva passará por novo procedimento cirúrgico, na manhã de quinta-feira (12), para bloquear fluxo de sangue no cérebro. Trata-se de de uma complementação da cirurgia realizada por Lula na última terça-feira (10).

Operadores e analistas consultados pelo Broadcast têm atribuído a redução de prêmios de risco embutidos nos ativos domésticos à possibilidade de que o presidente não concorra à reeleição em 2026, o que ampliaria a possibilidade de vitória de um nome mais à direita do espectro político, em tese comprometido com a redução de gastos.

Dado de inflação nos EUA

Nesta quarta-feira, investidores também monitoraram dados de inflação nos Estados Unidos. O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) do país subiu 0,3% em novembro ante outubro, segundo dados com ajustes sazonais publicados pelo Departamento do Trabalho. “Esse número reafirma o corte de juros provável em dezembro. Porém, números anteriores mais fortes indicam menos cortes no ano que vêm do que previamente esperado, como indicaram membros do Federal Reserve (Fed)“, avalia o Itaú BBA.

Em nota à imprensa, Lara Castleton, chefe de construção de portfólio dos Estados Unidos da Janus Henderson, destaca que os recentes aumentos da inflação dificultam que o Fed garanta uma continuação simples dos cortes de juros em 2025. “A retomada da inflação é uma das maiores preocupações dos clientes para o próximo ano, particularmente em relação à incerteza sobre as propostas de política na próxima administração, e embora este índice não deva forçar essa realidade a interromper a temporada de festas, os investidores devem estar atentos aos impactos que uma inflação mais alta pode ter em seus portfólios e se preparar adequadamente”, reforça.

O dólar vai subir mais?

cotação do dólar vem renovando recordes consecutivos de fechamento desde que o governo federal apresentou suas medidas de ajuste fiscal. As propostas para gerar uma economia de R$ 70 bilhões aos cofres públicos em dois anos não foram bem recebidas, depois de o Executivo anunciar a isenção de Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil.

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Como mostramos aqui, traçar com exatidão a trajetória do dólar nas próximas semanas é uma tarefa difícil. Mas o consenso é de que a moeda deve se estabilizar em um patamar elevado – ou seja, em um nível acima de R$ 6. “Esse estresse do dólar, nesta magnitude, pode ser considerado pontual. Entretanto, esse movimento faz parte de uma dinâmica de longo prazo de desvalorização do real”, afirma André Galhardo, consultor econômico da plataforma de transferências internacionais Remessa Online.

A última edição do Boletim Focus trouxe uma elevação na projeção para o dólar ao final de 2024. O mercado agora espera que a moeda americana encerre o ano em R$ 5,95. Um mês antes, a estimativa estava em R$ 5,55

A expectativa para o fim de 2025 aumentou de R$ 5,60 para R$ 5,77, enquanto a de 2026 subiu de R$ 5,60 para R$ 5,73. Já a projeção do dólar para 2027 avançou de R$ 5,50 para R$ 5,69.