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BTG liga modo “sobrevivência” em 2025 com risco fiscal, juros recorde e dólar nas alturas

O banco ressalta que as medidas para contenção de gastos foram "decepcionantes"

BTG liga modo “sobrevivência” em 2025 com risco fiscal, juros recorde e dólar nas alturas
Veja as perspectivas do BTG para 2025 (Foto: Adobe Stock)
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  • O BTG Pactual deve acionar o "modo sobrevivência" em 2025
  • Em relatório divulgado nesta terça-feira (17), o banco analisa a situação do Brasil para o ano que vem e elenca as estratégias que os investidores devem adotar para sobreviver a um cenário desfavorável - o aumento da dívida pública deve continuar a pressionar juros e inflação para cima, o que tira do horizonte uma recuperação da Bolsa
  • Para a instituição financeira, a única forma dos preços dos ativos estabilizarem ou melhorarem seria com o Governo implementando mudanças estruturais no Orçamento, o que "parece altamente improvável". Veja recomendações

O BTG Pactual (BPAC11) deve acionar o “modo sobrevivência” em 2025. Em relatório divulgado nesta terça-feira (17), o banco analisa a situação do Brasil para o ano que vem e relaciona as estratégias que os investidores devem adotar para sobreviver ao cenário desfavorável – o aumento da dívida pública deve continuar pressionando juros e inflação para cima, o que tira do horizonte uma recuperação da Bolsa. Para a instituição financeira, a única forma de os preços dos ativos estabilizarem ou melhorarem seria o Governo implementar mudanças estruturais no Orçamento, o que “parece altamente improvável”.

Segundo o BTG, “o ritmo insustentável de deterioração da dívida é evidente para todos” As medidas fiscais anunciadas no final de novembro para reduzir o ritmo de crescimento dos gastos foram, de acordo com os analistas, “decepcionantes e indicam que o governo fará o mínimo necessário para cumprir o quadro fiscal em 2025 e 2026.”

No ano que vem, o banco projeta que a taxa básica de juros Selic deve chegar a 14,75% ao ano, o maior nível desde 2006. A inflação também deve ficar em 5,5%, acima da meta de 3%. Esse combo de perspectivas ruins, naturalmente, trará efeitos negativos sobre as empresas da Bolsa. Principalmente aquelas muito ligadas à economia doméstica. Para sobreviver a essa conjuntura, a recomendação é apostar em um portfólio mais defensivo. Isto é, com companhias com receitas em dólar e menos relacionadas ao mercado interno, como exportadoras, e também aquelas que são historicamente boas pagadoras de dividendos. Na outra ponta, é recomendado que os investidores reduzam posições em players cíclicos e mais alavancados.

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Recentemente, por exemplo, o banco aumentou a exposição ao dólar por meio de companhias como as produtoras de celulose e papel Suzano (SUZB3) e Klabin (KLBN11), além de exportadoras como Weg (WEGE3) e a fabricante de aviões Embraer (EMBR3). Grande pagadora de dividendos e com preços baseados no mercado internacional, a Petrobras (PETR4) também está no portfólio do BTG como uma das principais ações para enfrentar 2025.

Projeções para o Ibovespa: queda de 28% a uma alta de 43%

O BTG também traçou quatro cenários para o desempenho do Ibovespa, considerando variáveis como o nível da taxa de juros real (acima da inflação), a alta de preços e as perspectivas para o crescimento econômico. Em uma conjuntura em que o País continue mergulhado em risco fiscal, sem nenhuma melhora nos indicadores, o Ibov poderia cair 28% em 2025. Para essa estimativa, o banco considerou uma taxa de juro real de 7,7%, inflação de 5,5% e crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 1% – níveis similares ao atual.

Já na hipótese que haja ligeira melhora, com taxa de juro real caindo 6%, inflação desacelerando para 4,5% e o PIB crescendo 2%, o índice de ações se manteria no patamar atual. Já com uma recuperação mais relevante, com juros de 5,5%, inflação de 3,5% e PIB 2,5% maior, a Bolsa poderia saltar 17% no ano que vem. No cenário mais benigno, e também mais improvável, a o indicador valoriza 43% em meio a uma queda de juros de longo prazo para 5%, inflação na meta e PIB avançando 3%.

Até as 12h47 desta terça (17), o Ibovespa subia 0,62%, aos 124,3 mil pontos.


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