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Tesouro cancela tradicional leilão de títulos após 4 anos: o que isso significa?

A última vez que o órgão recorreu a essa decisão foi em maio de 2020 durante a pandemia da covid-19

Tesouro cancela tradicional leilão de títulos após 4 anos: o que isso significa?
Tesouro Direto. (Foto: Adobe Stock)

O Tesouro Nacional cancelou pela primeira vez desde a pandemia da covid-19 o tradicional leilão dos títulos públicos previsto para ocorrer na próxima quinta-feira (19). A decisão aconteceu após as negociações dos títulos do Tesouro Direito sofrerem quatro paralisações ontem em meio à escalada do dólar, que chegou a alcançar a cotação dos R$ 6,20.

O Tesouro Nacional informou ainda que, nesta quarta (18), quinta (19) e sexta (20), serão realizados leilões de compra e venda dos títulos públicos. As condições das ofertas serão divulgadas nos dias de realização no site do Tesouro Direto. A decisão busca conter o estresse do mercado e garantir maior liquidez para os títulos públicos.

Segundo Victor Furtado, Head de Alocação da W1 Capital, o Tesouro Nacional pretende recomprar os títulos públicos com vencimentos mais longos, que já estavam no mercado, para oferecer, em troca, mais títulos de curto prazo. “A decisão é uma das melhores que se pode fazer do que estará recomprando a curva longa para vender a curva curta, buscando mais liquidez, já que não estão conseguindo vender os títulos (de longo prazo)”, explica Furtado.

Durante as negociações de ontem, os títulos prefixados com vencimento para 2027 encerraram com prêmios de 15,33%. Já os títulos do Tesouro EDUCA+ com vencimento para 2026 ficaram com rendimentos de 7,78% mais a variação da inflação. Como mostramos nesta reportagem, a alta dos prêmios acompanha a disparada do dólar que fez os juros futuros avançarem quase 30 pontos-base na abertura desta terça-feira.

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O desequilíbrio das contas públicas após a apresentação da proposta de ajuste fiscal no fim de novembro é o grande responsável pela volatilidade das sessões. Isso porque o governo enfrenta dificuldades para aprovar as medidas no Congresso. Sem um avanço efetivo das reduções das despesas no orçamento público, o mercado já precifica a necessidade de o Banco Central (BC) elevar a Selic para um patamar superior a 14,25% no primeiro trimestre do próximo ano.

José Raymundo Faria Júnior, sócio-diretor da Wagner Investimentos, avalia que a medida deve dar uma trégua no estresse das negociações dos títulos públicos. No entanto, ele pondera que um alívio maior vai depender de mais medidas para o controle das contas públicas por parte do governo. “É uma medida certa, necessária para o momento de alto estresse. Talvez o juro dê uma pausa na pressão de alta”, ressaltou Faria Júnior em entrevista ao Broadcast.

Com informações do Broadcast

 

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