O Ibovespa amarga perdas de 9% em 2024. Na quarta-feira (18), o principal índice da B3 sofreu uma queda de 3,15% – a pior baixa diária, em termos percentuais, desde 10 de novembro de 2022. Apesar do cenário negativo atual, Louise Barsi, sócia-fundadora da AGF, única instituição autorizada a ensinar a estratégia desenvolvida por seu pai Luiz Barsi Filho, acredita que a Bolsa brasileira reserva boas oportunidades para 2025.
Leia também
Em live da AGF realizada na quinta-feira (19), Louise relembrou que o mercado acionário local já enfrentou, nos últimos anos, momentos difíceis, mas conseguiu se recuperar. “É normal sentir ansiedade nesses momentos da Bolsa. Nessa hora, abra o site de Relações com Investidores (RI) da empresa e veja o seu histórico, o que ela faz, para quem ela vende. Se for uma fábrica, veja se as unidades estão de pé, se continuam funcionando. Parecem métodos simples, mas em pregões como o de quarta-feira (18) não é tão fácil fazer isso consistentemente”, afirmou.
Apesar do temor geral do mercado em relação à condução das contas públicas, Louise acredita que muitas ações estão descontadas no cenário microeconômico, o que pode favorecer o investidor. Ela enxerga uma alta assimetria entre o que os ativos realmente valem e os seus preços atuais de tela. Muitos, em sua opinião, estão sendo negociados abaixo do preço de teto médio. “Acho que 2025 será um ano de oportunidades, de o investidor colocar em prática tudo o que aprendeu sobre o mercado financeiro”, disse ainda.
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
Uma de suas preocupações para 2025 é o fato de as empresas se manterem mais defensivas, em movimento de cautela para entender como será 2026 – ano marcado por eleições presidenciais no Brasil. Em um cenário como esse, de maior prudência, as companhias podem priorizar o pagamento de dívidas, em vez da distribuição de lucros aos investidores, por exemplo. Ainda assim, na sua visão, esses movimentos devem ser temporários.
Louise afirma não poder garantir que esse é o “melhor momento” para começar a investir em ações, mas destaca que é um “bom momento” para isso. “Estamos vendo preços que não observamos nem mesmo durante a pandemia de Covid-19″, ressaltou, referindo-se ao nível de desconto das ações.
A filha de Barsi reforçou a importância de analisar, acima de tudo, a qualidade das empresas, para além das flutuações diárias, e evitar a tomada de decisões impulsiva, com base apenas no home broker (sistema de negociações). “Se preocupem em comprar o que acham que está barato, o que estão confortáveis para adquirir. Pensem nas ações que vocês comprariam se o mercado fechasse hoje e só abrisse em dez anos”, aconselhou Louise.