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- A volta de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos está no centro das atenções de investidores globais
- Especialistas explicam que a volatilidade tende a fortalecer o dólar globalmente, inclusive contra divisas relevantes como o euro
- No curto prazo, decisões do Banco Central Europeu (BCE), dados econômicos da zona do euro e a evolução dos conflitos geopolíticos também são determinantes
A volta de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos está no centro das atenções de investidores globais. Eleito com uma agenda econômica protecionista, o mercado acompanha o anúncio das primeiras medidas para entender como o “Trump 2.0” irá movimentar os ativos de investimento, incluindo o câmbio. Especialistas explicam que a volatilidade tende a fortalecer o dólar globalmente, inclusive contra divisas relevantes como o euro.
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“As medidas de Trump, especialmente aquelas que afetam o comércio internacional e as políticas monetárias, podem, sim, impactar a moeda europeia, ainda que de forma indireta”, diz Elson Gusmão, diretor de câmbio da Ourominas. “Por exemplo, tensões comerciais entre os EUA e seus parceiros podem gerar maior aversão ao risco, fortalecendo o dólar como ativo seguro e, consequentemente, pressionando o euro“,
Uma maior pressão na moeda europeia já está no radar de analistas desde a vitória do republicano nas eleições de novembro de 2024. Como mostramos aqui, à época, o Goldman Sachs sinalizou que o euro poderia afundar de 8% a 10% na comparação com a moeda americana, caso as medidas sugeridas por Trump fossem seguidas.
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Em nota publicada na terça-feira (21), o banco disse ainda que uma tarifa de 10% sobre produtos europeus poderia afetar o PIB da zona do euro em 1%. Ainda que as tarifas anunciadas se limitem, por ora, ao México e Canadá, a expectativa da instituição é que os ativos europeus, incluindo o euro, sejam negociados em baixa.
Mas o “Trump 2.0” não é o único fator que faz o euro ter tendência de queda. “No curto prazo as decisões do Banco Central Europeu (BCE), dados econômicos da zona do euro (como inflação e crescimento), e até mesmo a evolução dos conflitos geopolíticos são determinantes. Lembrando que ainda estamos em guerra na Europa entre Ucrânia x Rússia”, ressalta Gusmão, da Ourominas.
Às 11h35 desta quarta-feira (22), o euro tinha queda de 0,78% frente o real, cotado a R$ 6,232. Até aqui, a moeda europeia cai cerca de 2,6% em relação ao patamar de R$ 6,40 a que iniciou o ano.