O UBS-BB acredita que as ações de países emergentes dificilmente vão superar o desempenho dos papéis dos Estados Unidos neste ano, mas está menos pessimista com o Brasil do que com o México. Em relatório, a instituição afirma que atribui avaliação neutra para as ações brasileiras, e ‘underweight’ (abaixo da média do mercado) para as mexicanas.
Leia também
Segundo o UBS-BB, embora as ações no território brasileiro não estejam caras, os preços podem sofrer em caso de surpresas negativas em indicadores macroeconômicos e por causa do nível elevado dos juros e das incertezas em torno da capacidade do governo para equilibrar as contas públicas.
“As ações com maior peso nos índices (beneficiadas por preços mais altos do petróleo) podem ser prejudicadas se os Estados Unidos aumentarem a produção. O consenso do mercado prevê um crescimento levemente maior nos lucros nos próximos dois anos, após uma queda estimada no lucro por ação em 2024 (-5,9%)”, afirmou.
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
No caso do México, a avaliação reflete o grau elevado de dúvidas em torno de quais serão as políticas adotadas após as eleições no país e nos Estados Unidos.
“O México está mais exposto a um crescimento mais lento dos Estados Unidos, inclusive pelos canais de exportações, investimento estrangeiro direto e remessas. As políticas comerciais e de imigração sob a administração Trump também oferecem riscos negativos. Em termos de valuation (valor do ativo), o MSCI México não está caro”, acrescentou.
O UBS-BB também apontou que o sentimento do mercado em relação ao Brasil e ao México está amplamente negativo, de acordo com um indicador próprio que tenta capturar o prêmio – ou desconto – aplicado aos preços dos ativos depois de removidos todos os fatores que podem ser explicados por fundamentos econômicos.
“Em outras palavras, ele é movido de forma geral por aspectos como estabilidade política, estrutura institucional, governança e crescimento de longo prazo (que não esteja embutido nas projeções para os próximos dois a três anos). O sentimento do mercado global de ações em relação ao Brasil está perto do menor nível em 15 anos. Uma ação de país emergente que fosse transportada para o Brasil hoje teria uma redução de 50% no valor de mercado, tudo o mais inalterado. No caso do México, seria de 53%”.
Publicidade