Após abrir em estabilidade, o Ibovespa hoje aprofundou o ritmo de queda e perdeu a pontuação de 126 mil pontos vistos na abertura. O mercado ainda digere a guerra tarifária deflagrada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump – veja aqui os principais assuntos do dia. Às 12h33 (de Brasília), o índice cedia 0,30%, aos 125.758 pontos.
As bolsas de valores internacionais começaram a primeira sessão do mês sob pressão diante das tarifas de 25% impostas ao México e Canadá, e de 10% à China, iniciadas no fim de semana. O temor aumenta com a possibilidade de que as medidas protecionistas do presidente dos EUA gerem mais inflação no mundo.
O dólar reduziu perdas ante os pares no exterior, após a presidente do México, Claudia Sheinbaum, anunciar que acertou com o presidente dos EUA, Donald Trump, uma pausa de 1 mês nas tarifas. A informação ainda não foi confirmada pela Casa Branca.
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
Às 12h35 (de Brasília), o índice DXY, que mede o dólar ante seis rivais fortes, subia 0,35%, a 108,771 pontos. O dólar avançava a 1,45766 dólares canadenses, mas caía a 20,63813 pesos mexicanos. A libra subia a US$ 1,24119. Em relação ao real, o dólar subia levemente 0,06%, a R$5,8399. Os juros futuros cedem ajudando o Índice Bovespa hoje a não cair tanto.
A tendência é que o principal índice da B3 hoje mantenha o comportamento dos ativos internacionais, podendo perder parte da recuperação da semana passada, de 3,01%, conquistada “a duras penas”, avalia Alvaro Bandeira, coordenador de Economia da Apimec Brasil.
Quanto às tarifas impostas pelo governo americano, Silvio Campos Neto, sócio da Tendências Consultoria, analisa o sinal de retaliações por parte dos países afetados reforça a perspectiva de um período de crescentes tensões comerciais globais. “Além de elevar a temperatura das relações entre os países, as medidas terão impactos econômicos, com influência sobre o crescimento e, principalmente, sobre a inflação”, diz.
Além de avaliar os desdobramentos da decisão do presidente dos Estados Unidos, investidores no Brasil avaliam a nova rodada de piora no boletim Focus para IPCA e Selic, principalmente.
O que está movimentando o Ibovespa hoje?
Ações em destaque
As ações da Automob (AMOB3) puxam ganhos na Bolsa brasileira, subindo 3,23%, a R$ 0,32. Nesta manhã, o lugar era ocupado pela Natura (NTCO3) após melhora de recomendação do Goldman Sachs – veja detalhes aqui. A empresa de cosmésticos avança 2,46%, a R$12,94.
Enquanto isso, Petrobras (PETR3; PETR4) e Vale (VALE3) enfrentam dificuldades para subir. A petroleira cede 0,86% e 0,29% nos ativos ordinários e preferenciais respectivamente, enquanto a mineradora recua 0,96%, acompanhando o temor global. Após o fechamento dos mercados, a Petrobras anuncia seu relatório de produção e vendas do quarto trimestre.
Publicidade
A ponta negativa da Bolsa é ocupada pela Azul (AZUL4), que está desvalorizada em 5,87%, a R$ 4,83.
Donald Trump e a nova guerra comercial
A segunda-feira é de aversão a risco no exterior após Donald Trump impor tarifas de 25% impostas a México e Canadá, e de 10% contra a China. Trump disse ainda que tarifas contra a UE “vão definitivamente acontecer”. Em relação ao Reino Unido, ele não descartou tarifas, mas disse que a situação “pode ser resolvida”.
Os futuros das bolsas em Nova York e as bolsas europeias caíam mais de 1% no início da manhã, enquanto os mercados asiáticos tombaram até mais 3%. As ações de montadoras na Europa, nos EUA e em Tóquio afundam nesta manhã – leia mais aqui.
Boletim Focus: previsões para inflação e Selic
O boletim Focus do Banco Central (BC) atualizou, nesta segunda-feira (3), as previsões para economia para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e a Selic. A mediana para o IPCA em 2025 passou de 5,50% para 5,51%, enquanto em 2026 foi de 4,22% para 4,28%. Já em 2027, seguiu em 3,90%. Para o cenário mais longo, em 2028, a projeção foi de 3,73% a 3,74%.
As apostas do boletim Focus para a Selic permaneceram em 15% em 2025, e 12,50% em 2026. Já em 2027, ficaram em 10,38% e, em 2028, 10%. Veja todos os detalhes nesta matéria.
Publicidade
Nesta semana o Comitê de Política Monetária (Copom) divulga a ata com detalhes sobre a decisão de elevar a Selic de 12,25% a 13,25% ao ano na semana passada.
Petróleo sobe com instabilidade no mercado global
O minério de ferro segue sem negociação nos mercados de Dalian, devido ao feriado do Ano Novo Lunar mantém mercados fechados na China, Hong Kong, Taiwan e Coreia do Sul. O minério de ferro negociado na Bolsa de Cingapura, para entrega em março de 2025, recuou 1,23%, a US$ 104,4 por tonelada.
O petróleo opera em alta nesta segunda-feira, revertendo boa parte das perdas acumuladas na semana passada, após Donald Trump oficializar tarifas contra importações no fim de semana. O barril do tipo WTI sobe 0,70%, enquanto o Brent avança 0,21%, após terem saltado acima de 2% no início da manhã.
- Prepare o bolso: o preço da gasolina vai subir em fevereiro. Veja novos valores
Como o mercado brasileiro reage às tarifas de Trump?
A aversão ao risco no mundo gerada pelas tarifas comerciais impostas por Trump deve afetar os ativos domésticos e eleva o temor de uma ofensiva também contra o Brasil. As moedas emergentes e de países exportadores de commodities em queda sinalizam uma sessão de pressão sobre o real.
O Ibovespa hoje também repercute como ficará a relação do governo com o Congresso com as vitórias de Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) e Hugo Motta (Republicanos-PB) para o comando do Senado e da Câmara, respectivamente, com apoio do PT de Lula ao PL de Jair Bolsonaro. Motta foi eleito com 444 votos e Alcolumbre foi reconduzido à presidência do Senado, como era esperado, com 73 votos. Confira aqui os destaques corporativos da Bolsa brasileira hoje.
*Com informações do Broadcast
Publicidade