O Ibovespa hoje terminou o dia próximo à estabilidade, enquanto o mercado acompanhou o desenrolar da política tarifária dos Estados Unidos sobre México, Canadá e China. Nesta segunda-feira (3), o principal índice da B3 fechou em baixa de 0,13% aos 125.970,46 pontos, depois de oscilar entre máxima a 126.473,23 pontos e mínima a 125.566,40 pontos, com volume negociado de R$ 19,5 bilhões.
No sábado (1º), o presidente dos EUA, Donald Trump, assinou uma ordem impondo tarifas de 25% sobre importações do México e do Canadá, assim como uma taxa de 10% para a China. “Os mercados abriram muito estressados por conta disso. Houve uma forte queda para os índices futuros americanos, asiáticos, europeus – e aqui no Brasil não foi diferente”, destaca Alison Correia, analista de investimentos e sócio-fundador da Top Gain e Dom Investimentos.
Ao longo da tarde, no entanto, o sentimento de pessimismo começou a ser aliviado após a notícia de um acordo comercial travado entre México e EUA. No início da tarde desta segunda (3), Claudia Sheinbaum, presidente do país latino-americano, disse em sua conta no X (antigo Twitter) que conversou com Trump e chegou a uma série de acordos com o republicano, incluindo a obtenção de uma pausa de um mês na imposição de tarifas ao país latino-americano. Em publicação na rede Truth Social, o presidente dos EUA confirmou a informação.
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Em troca da pausa na aplicação das taxas pelos Estados Unidos, o México reforçará a fronteira com 10 mil homens da Guarda Nacional para combater o tráfico de drogas, especialmente de fentanil, um opioide sintético responsável pela maior parte das overdoses nos EUA nos últimos anos.
“Essa questão das tarifas sobre o México foi adiada por um mês e Trump comentou ainda que a conversa Sheinbaum com foi muito amigável. Então, esses pontos acabaram fazendo com que o dólar passasse a cair contra várias moedas”, comenta Correia.
A divisa americana encerrou o dia em queda de 0,35% a R$ 5,8160, no seu 11º pregão seguido de desvalorização em relação ao real. Mais cedo, logo na abertura da sessão, a divisa chegou a subir 0,68%, cotada a R$ 5,8764, mas perdeu força ao longo do dia.
Por aqui, o mercado também esteve de olho em mais uma edição do Boletim Focus. A mediana do relatório para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2025 subiu pela 16ª semana consecutiva, de 5,50% para 5,51%. Já a projeção para a Selic no fim deste ano permaneceu estável pela quarta semana consecutiva, em 15%.
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Na B3, a Vale (VALE3), ação de maior peso no Ibovespa, conseguiu fechar em alta de 0,07%, depois de recuar por boa parte do pregão. O minério de ferro negociado na Bolsa de Cingapura, para entrega em março de 2025, caiu 1,23% na sessão, enquanto os negócios na Bolsa chinesa de Dalian seguiram fechados devido ao feriado do ano novo lunar. Já os papéis da Petrobras (PETR3;PETR4) encerraram no campo negativo: enquanto os ordinários (PETR3) cederam 1,22%, os preferenciais (PETR4) recuaram 0,5%.
Em Nova York, S&P 500, Dow Jones e Nasdaq sofreram baixas de 0,76%, 0,28% e 1,2%, respectivamente. As empresas de semicondutores, como Nvidia (NVDA) e Broadcom (AVGO), enfrentaram queda nas ações devido às tarifas de 10% sobre importações da China. Os papéis das duas empresas fecharam em desvalorização de 2,84% e 1,60%, respectivamente.
As maiores altas do Ibovespa hoje
As três ações que mais valorizaram no dia foram Automob (AMOB3), Carrefour (CRFB3) e Hypera (HYPE3).
Automob (AMOB3): 3,23%, R$ 0,32
As ações da Automob (AMOB3) registraram a maior alta do Ibovespa hoje e terminaram o dia com ganhos de 3,23% a R$ 0,32. Os papéis, por serem classificados como penny stocks (ativos cotados a menos de R$ 1), tendem a sofrer maiores oscilações nas sessões.
A AMOB3 está em alta de 3,23% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 5,88%.
Carrefour (CRFB3): 2,75%, R$ 6,36
Quem também se saiu bem foi o Carrefour (CRFB3), que subiu 2,75% a R$ 6,36, beneficiado pelo recuo dos juros futuros na sessão.
A CRFB3 está em alta de 2,75% no mês. No ano, acumula uma valorização de 17,13%.
Hypera (HYPE3): 2,57%, R$ 18,75
Com alta de 2,57% a R$ 18,75, as ações da Hypera (HYPE3) dividiram as maiores altas do Ibovespa, também impulsionadas pelo alívio nos juros.
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A HYPE3 está em alta de 2,57% no mês. No ano, acumula uma valorização de 3,65%.
As maiores quedas do Ibovespa hoje
As três ações que mais desvalorizaram no dia foram Azul (AZUL4), Braskem (BRKM5) e Marfrig (MRFG3).
Azul (AZUL4): -5,65%, R$ 4,34
As ações da Azul (AZUL4) realizaram lucros e lideraram as perdas do Ibovespa hoje, finalizando a sessão em baixa de 5,65% a R$ 4,34. Nos últimos 30 dias, os papéis da empresa ainda acumulam ganhos de 15,73%.
A AZUL4 está em baixa de 5,65% no mês. No ano, acumula uma valorização de 22,6%.
Braskem (BRKM5): -5,07%, R$ 13,11
Outro papel que passou por um movimento de correção foi a Braskem (BRKM5), que cedeu 5,07% a R$ 13,11. Os ativos da empresa sobem quase 14,20% nos últimos 30 dias.
A BRKM5 está em baixa de 5,07% no mês. No ano, acumula uma valorização de 13,21%.
Marfrig (MRFG3): -4,97%, R$ 15,1
Quem também se saiu mal no Ibovespa hoje foi a Marfrig (MRFG3), que caiu 4,97% a R$ 15,1, sem nenhuma notícia específica sobre a empresa no radar dos investidores.
A MRFG3 está em baixa de 4,97% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 11,33%.
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*Com Estadão Conteúdo