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![Caixa detém 82,75% das ações da CXSE2, percentual que não atende às regras do Novo Mercado da B3. Foto: AdobeStock](https://einvestidor.estadao.com.br/wp-content/uploads/2025/02/adobestock-950518751-editorial-use-only2_120220254257.jpg-710x473.webp)
A Caixa Seguridade (CXSE3) prepara uma oferta subsequente de ações (follow-on) para atender às regras do Novo Mercado da B3 num momento positivo para a empresa. Nesta quinta (13), após o fechamento de mercado, a companhia apresenta seu balanço do quatro trimestre de 2024. Os analistas esperam um lucro líquido na casa de R$ 1 bilhão, num crescimento de 8% frente aos R$ 922 milhões entregues no mesmo período do ano passado.
“O crescimento poderia ser maior, dado o cenário de juros mais altos”, comenta Victor Bueno analista da Nord Investimentos. Segundo ele, os prêmios emitidos, especialmente em seguros de vida prestamista, devem desacelerar, enquanto a sinistralidade pode pressionar os resultados, de acordo com dados recentes da Susep.
A companhia opera em bases sólidas. Tem um contrato de 35 anos com a Caixa Econômica Federal (CEF) – sua maior acionista com 82,75% dos papéis -, que garante acesso a mais de 3,3 mil agências, 150 milhões de clientes, dos quais 20 milhões são ativos. “Esse canal contribui significativamente para as receitas, sendo responsável por aproximadamente 42% do faturamento projetado já para 2025”, diz Ricardo Trevisan Gallo, CEO da Gravus Capital.
Atendendo ao Novo Mercado
Sobre a oferta subsequente de ações da Caixa Seguridade, o principal objetivo da companhia é aumentar seu free float dos atuais 17,25% para 20%, atendendo às exigências do Novo Mercado da B3. Esse segmento de listagem exige padrões mais elevados de governança e a empresa precisa cumprir o requisito.
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A expectativa é de que a operação envolva cerca de 2,75% do capital da seguradora, que pelos valores atuais vai movimentar em torno de R$ 1,2 bilhão. A nova oferta permitirá que a empresa ajuste sua estrutura acionária sem alterar o controle.
A companhia não mencionou se fará uma oferta primária, em que a empresa emite ações e usa os recursos levantados para reforçar o caixa e fazer investimentos, ou secundária, quando se vendem as ações já existentes. Mas o mercado já tem a sua aposta. “Suspeito que a segunda hipótese seja mais provável dado que a empresa tem se provado uma forte geradora de caixa”, diz Evandro Medeiro, analista da Suno Research.
Mais liquidez aos papéis
O processo regulatório vai garantir maior liquidez e transparência aos acionistas. Investir em empresas listadas no Novo Mercado oferece vantagens como maior transparência e padrões rigorosos de governança, garantindo direitos como o tag along, que protege acionistas minoritários em eventuais mudanças de controle.
No caso da Caixa Seguridade, o aumento do free float pode ampliar ainda mais a liquidez do papel, que já supera os R$ 40 milhões de negociações diários. “A oferta pode aumentar a liquidez das ações da Caixa Seguridade e atrair novos investidores institucionais ao mercado”, avalia Matheus Nascimento analista da Levante Inside Corp.
Preço-alvo e dividendos
A XP, que faz a cobertura do ativo, tem recomendação de compra, estabelecendo um preço-alvo de cerca de R$ 18. “Isso sugere um potencial de valorização de mais ou menos 24% pelo valor que está na tela agora, o que indica uma confiança dos analistas na trajetória da empresa”, argumenta o CEO da Gravus Capital.
A Levante Inside Corp também mantém recomendação de compra do papel, com preço alvo em R$ 17,50 e yield de 7,4%.
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Victor Bueno diz que a Nord não tem recomendação de compra para Caixa Seguridade. A preferência da casa é pela BB Seguridade (BBSE3), que apresenta porte maior, histórico de resultados mais sólidos e já está há mais tempo na Bolsa. Além disso, BB Seguridade negocia a múltiplos mais baixos, cerca de 10 vezes lucros, enquanto Caixa Seguridade opera acima de 12 vezes.
O dividend yield também favorece BB Seguridade, estimado em 10% para 2025, contra aproximadamente 9% da concorrente, tornando-a uma opção mais atrativa no momento. Para Gallo, a projeção de um Dividend Yield de 9% para 2025 reforça o apelo do papel aos investidores que buscam um retorno consistente através da distribuição de dividendos.
Setorialmente, as seguradoras vêm se beneficiando com melhores resultados financeiros e em cenários turbulentos de juros mais altos, diz Jonas Carvalho CEO da Hike Capital. “Devido à menor atividade nos mercados de capitais e ao menor apetite por risco dos bancos. “Para cada aumento de 1 ponto percentual na taxa Selic, o lucro líquido das empresas do setor tende a crescer em cerca de R$ 35 milhões. “Nossas estimativas de lucro líquido seguem em trajetória positiva”, diz Carvalho.
Para a CXSE3, a Hike projeta uma receita de R$ 3,7 bilhões em 2024, resultado operacional de R$ 4,7 bilhões e financeiro de R$ 1,7 bilhão. “Reafirmamos nossa visão positiva para a companhia e estabelecemos um preço-alvo de R$ 19”.
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