

O Ibovespa hoje acelerou alta e atingiu os 129 mil pontos vistos pela última vez em novembro de 2024. Às 13h30, o índice sobe 0,90%, aos 129.376 pontos nesta segunda-feira (17). O mercado acompanha a falta de popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Além disso, o boletim Focus e a prévia do Produto Interno Bruto (PIB) ficam no radar.
O Índice Bovespa hoje dá sequência aos ganhos de 2,70%, aos 128.218,59 pontos, na sexta-feira (14), após a pesquisa Datafolha mostrar que a aprovação do governo Lula chegou ao pior patamar dos seus três mandatos na Presidência da República. Uma eventual valorização, contudo, tem risco de ser limitada pelas commodities.
Mesmo assim, a liquidez no principal índice da B3 hoje pode ser reduzida em razão do fechamento das bolsas americanas, devido ao feriado do Dia dos Presidentes nos Estados Unidos.
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Não se pode descartar volatilidade, dada a falta de motivadores quando se considerada a agenda do dia, que só ganhará força nos próximos dias com balanços importantes no Brasil, como o da Vale (VALE3). Já nos EUA, será conhecida a ata de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), na quarta-feira (19), e haverá participações de dirigentes do BC americano em eventos.
Na avaliação de Alison Correia, analista de investimentos e sócio da Dom Investimentos e da Top Gain, a valorização do Índice Bovespa e de alguns papéis reflete oportunidades, em meio à falta de norteadores. “Vejo isso como falta de dados, em meio à agenda fraca. Então o mercado reage a algumas questões como a queda na popularidade do governo como se isso fosse gerar tendência. Só que estamos falando de uma eleição que só ocorrerá em 2026. A falta de uma agenda mais intensa junto com papéis muito machucados resulta neste cenário”, diz.
O dólar tem desempenho difuso também. A moeda americana abriu em alta de 0,30%, a R$ 5,7132, mas logo perdeu tração. Por volta das 12h (de Brasília), o dólar subia levemente 0,07%, a R$ 5,7005.
Na útlima sessão, o dólar fechou com queda de 1,26% ante o real, a R$ 5,6962, digerindo a insatisfação do mercado com o presidente Lula. A última vez que a moeda havia fechado abaixo de R$ 5,70 foi em 7 de novembro de 2024.
Já os juros futuros abrem a semana repercutindo indicadores econômicos (veja abaixo). Sem o mercado de Treasuries (títulos da dívida estadunidense) com o feriado nos Estados Unidos, os juros podem ficar mais dependentes dos fatores locais.
Ações em destaque no Ibovespa hoje
Petrobras (PETR3; PETR4) acompanha petróleo
As ações da Petrobras sobem 0,78% (ON) e 0,56% (PN) nesta segunda-feira, em meio ao avanço do preço do petróleo no mercado internacional – 0,30% (WTI) e 0,19% (Brent). Além disso, a empresa confirmou a presença de óleo com a perfuração do poço 9-BUZ-99D-RJS, na região oeste do campo de Búzios. A isso soma-se o comunicado de que o FPSO Almirante Tamandaré (Búzios 7) entrou em produção no Campo de Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos.
Vale (VALE3) enfraquece com minério
As ações da Vale operam em estabilidade, com leve alta de 0,14% nesta segunda-feira. O movimento é pressionado pela desvalorização de 0,92% do minério de ferro na China.
Yduqs (YDUQ3) puxa altas da Bolsa hoje
As ações ligadas ao ciclo de consumo doméstico, mais sensíveis ao juros, estão entre as maiores altas do Ibovespa nesta segunda-feira. Yduqs lidera os ganhos com avanço de 6,37%, seguida de Magazine Luiza (+6,37%).
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O sócio e analista da Fatorial Invest, Fábio Lemos, explica que, mesmo em alta, os juros curtos estão em um momento de estabilidade. Além disso, os papéis do setor estão bastante desvalorizados. “Tem de se considerar também que mercado esta reagindo à noticia de Lula menos ‘vitorioso’ e possível Tarcísio de Freitas na disputa pela presidência em 2026”, explica Lemos. Na mesma linha, o Santander divulgou relatório que diz que uma possível administração federal a favor do mercado poderia ser mais saudável ao Ibovespa do que um governo que não se comprometa com o equilíbrio fiscal.
Raízen (RAIZ4) recua com balanço
As ações da Raízen abriram em baixa de 6,21% nesta segunda-feira, liderando as maiores baixas do Ibovespa. Às 11h27, a empresa opera em queda de 1,69%.
A empresa apresentou prejuízo líquido de R$ 2,571 bilhões em seu balanço referente ao terceiro trimestre da temporada 2024/2025. A XP considerou que a emprese teve números fracos, assim como o Citi, que disse esperar que a companhia tenha um período desafiador pela frente, entendendo que o fluxo de caixa livre da empresa só volte a ficar positivo na safra 2026/2027.
Ibovespa hoje: os principais assuntos do dia
Sem NY, bolsas internacionais aguardam discursos de dirigentes
As bolsas europeias sobem, sem NY e com agenda esvaziada. Os investidores estão à espera da reunião de cúpula emergencial convocada pelo presidente da França, Emmanuel Macron, sobre a Ucrânia.
A presidente do Fed de Dallas, Lorie Logan, pediu na sexta-feira (14) aos formuladores de políticas que permaneçam cautelosos nos próximos meses, reiterando que uma inflação mais baixa não necessariamente levaria a novas reduções nas taxas de juros. “Mesmo se obtivermos dados melhores – e parece que está chegando perto de 2% – acho que devemos ser cautelosos. Porque se o mercado de trabalho e a economia em geral estiverem fortes, mesmo nesse ambiente, isso não significa necessariamente que haja espaço para reduzir ainda mais os juros”, disse a presidente.
O dólar se enfraquece ante o iene após o PIB do Japão surpreender positivamente, mas opera perto da estabilidade ante euro e libra, em sessão que tende a ser de liquidez restrita em meio ao feriado nos EUA, que manterá os mercados financeiros do país fechados nesta segunda-feira.
Prévia do PIB no País
A economia brasileira cresceu 3,8% em 2024 na comparação com o ano anterior, segundo o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), conhecido como prévia do PIB. O indicador subiu 0,02% no trimestre móvel encerrado em dezembro, na comparação com os três meses anteriores, considerando a série com ajuste sazonal. Na série sem ajuste, o IBC-Br teve expansão de 4,42% no trimestre até dezembro frente ao mesmo período de 2023.
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No entanto, a economia brasileira recuou 0,73% em dezembro na comparação com novembro. A queda foi mais intensa que a apontada pela mediana das previsões colhidas pela pesquisa Projeções Broadcast (-0,4%). As estimativas iam de -1,3% a 0,00%.
Boletim Focus aponta piora na inflação; veja projeções para Selic
O boletim Focus do Banco Central (BC) trouxe, nesta segunda-feira (17), novas atualizações para expectativas para juros e inflação, do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e da taxa Selic. Veja detalhes aqui.
Em 2025, a mediana do relatório Focus para o IPCA subiu de 5,58% a 5,60%, mantendo-se bem acima do teto da meta (4,50%). Em 2026, passou de 4,30% para 4,35%. Nos horizontes mais longos, foi de 3,90% a 4,00% em 2027, e 3,78% a 3,80% em 2028.
As previsões do boletim Focus para Selic, em 2025, mantiveram-se em 15%, e 12,50% em 2026. Já em 2027, as expectativas ficaram em 10,50%. Em 2028, seguiu em 10%.
Enfraquecimento do governo Lula impacta o mercado brasileiro?
A falta de liquidez com o feriado nos EUA deve afetar também os mercados no Brasil. Nesta segunda-feira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que a queda do dólar nos últimos 60 dias “vai fazer com que a inflação se estabilize”. Haddad disse que a reforma da renda deve chegar ao Parlamento talvez antes do carnaval. Mas, na Câmara, ainda falta bom humor para receber a proposta.
No radar, está o desafio do governo em avançar com sua pauta em meio à crise das emendas, o atraso na aprovação do orçamento e a queda na popularidade do governo. Pesquisa Datafolha mostrou na sexta-feira que a aprovação do governo de Lula caiu de 35% para 24%, o pior nível dos três mandatos. A notícia ajudou o Ibovespa a fechar em alta de 2,70% aos 128.218,59, o maior nível desde o dia 11 de dezembro.
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*Com informações de Vinícius Novais, Maria Regina Silva, Célia Froufe, Luciana Xavier e Silvana Rocha, do Broadcast