

O bitcoin hoje recupera parte das perdas do início da semana em meio a tensão global com as políticas tarifárias dos Estados Unidos e busca retornar para o patamar dos US$ 90 mil. Por volta das 8h30 (horário de Brasília), o ativo digital apresentava uma valorização de 1,31% no acumulado das últimas 24 horas e era negociado a US$ 89 mil, segundo dados da CoinMarketCap.
Apesar dos ganhos, o atual patamar de preço mostra que o apetite a risco dos investidores continua baixo em decorrência das dúvidas sobre os reais efeitos da taxação dos importados nos EUA. Na segunda-feira (24), o presidente americano, Donald Trump, anunciou que as taxas de importação sobre os produtos vindos do México e Canadá irão entrar em vigor após o fim do prazo de 30 dias que encerra na próxima semana.
A medida, além de minar a relação comercial entre os países, pode elevar a inflação dos EUA e exigir do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) uma política monetária mais restritiva nos próximos meses. Na avaliação de Beto Fernandes, analista da Foxbit, os ruídos do novo governo fazem parte do perfil de Trump e os investidores precisam se adaptar a essa realidade.
“No primeiro mandato de Trump, os ruídos políticos e macroeconômicos também foram uma marca registrada do governo. Os investidores, então, vão precisar se readaptar a esta realidade mais uma vez para conseguir encontrar um caminho mais limpo para os ativos”, diz o especialista.
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
Além disso, os investidores precisam ter em mente que a dinâmica macroecnômica não impacta nos fundamentos de investimento do bitcoin. Ou seja, o otimismo em torno do BTC continua. “Temos uma administração com postura favorável a ativos digitais, que deve levar a um ambiente regulatório mais claro e fomentar discussões sobre a constituição sobre uma reserva soberana em Bitcoin”, diz André Barbosa, especialista de investimentos.
Vale lembrar que, em março do ano passado, o bitcoin renovou a sua máxima histórica em um momento em que a política monetária dos EUA ainda permanecia restritiva. Já na reta final do ano passado, o ativo digital ultrapassou a marca dos US$ 100 mil com a indicação de Paul Atkins ao cargo de presidente da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (U.S. Securities and Exchange Commission, ou SEC, na sigla em inglês).